O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) vem fazendo uma operação de pente-fino no Bolsa Família. Há agora 1,1
milhão de beneficiários a menos do que quando o petista assumiu.
Em janeiro de 2025, havia 20,5 milhões de famílias
no programa social. Quando Jair Bolsonaro (PL) deixou o poder, em dezembro de
2022, eram 21,6 milhões.
Essas reduções se dão em partes por causa da
suspeita de fraudes. Depois de 2 anos no poder, Lula não tem conseguido
escoimar de maneira completa os que recebem o Bolsa Família indevidamente. Por
exemplo, há 4,1 milhões de pessoas que recebem individualmente o dinheiro —ou
seja, não vivem em um núcleo familiar nem ajudam a cuidar de alguém que não
tenha como se sustentar.
Os cortes na administração petista se deram
principalmente no Sudeste (-561.150 famílias) e no Nordeste (-537.321), as duas
maiores regiões. Em 3.730 das 5.571 localidades do Brasil, há hoje pelo menos
uma família a menos no programa do que havia 2 anos atrás.
As reduções se deram em 1.361 cidades do Nordeste,
1.214 do Sudeste, 633 do Sul, 292 do Centro-Oeste e 230 do Norte. Em outras 18
localidades o número de beneficiários ficou igual e em outras 1.823, cresceu.
A cidade que teve o maior número de cortes foi o Rio
de Janeiro. Deixaram o programa 95.657 famílias na comparação com o fim de
2019. A 2ª cidade mais atingida foi São Paulo, que tem hoje 59.520
beneficiários a menos.
BENEFICIÁRIOS EM TODAS AS CIDADES
Todas as 5.571 localidades do Brasil (5.569 cidades,
além de Brasília e Fernando de Noronha, que não são municípios) têm pelo menos
uma pessoa recebendo dinheiro do Bolsa Família.
O município com o menor número de beneficiários é
São Domingos do Sul (RS), a 233 km de Porto Alegre. Há 8 famílias inscritas no
programa social. Em dezembro de 2022, eram 12. Mesmo com poucos beneficiários,
houve corte nos últimos 2 anos. A cidade tem 2.754 habitantes.
São 236 as cidades que têm menos de 100 pessoas
cadastradas no Bolsa Família (eram 213 no fim de 2022). Dessas, 132 têm hoje
menos pessoas recebendo dinheiro do Bolsa Família do que quando Bolsonaro
deixou o poder. Outras 3 não tiveram variações no número de beneficiários. Em
101, houve aumento.
Na tabela abaixo, saiba quantos beneficiários do
programa social têm em cada cidade do Brasil (para abrir em outra aba, clique
aqui):
O Ministério do Desenvolvimento Social declarou que
uma “verificação cadastral tem sido realizada de forma rotineira desde 2023”
para identificar fraudes e possíveis desvios no programa. Segundo o governo,
“estudos estão sendo conduzidos para aprimorar o processo a partir de 2025”.
NOVAS MEDIDAS
Novas medidas devem entrar em operação, como
conferência de renda declarada, atualização dos dados a cada 24 meses e
conferência do registro de mortes.
“O MDS reforça que conta também com mecanismos de
fiscalização e aprimoramento contínuo dos programas sociais. Uma dessas
ferramentas é a Rede Federal de Fiscalização do Bolsa Família e do Cadastro
Único, criada em junho de 2023. Essa rede tem como objetivo propor medidas para
melhorar a qualidade das informações, a fiscalização do CadÚnico e a gestão do
PBF, além de prevenir fraudes”, afirma o órgão.
O programa se chamou Auxílio Brasil de novembro de
2021 até março de 2023 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Teve as regras
para inscrição de famílias facilitadas durante pandemia –que impossibilitou que
alguns cadastros fossem feitos de forma presencial. Houve aumento na concessão
de benefícios às vésperas da eleição de 2022.
Essa alta de beneficiários no governo anterior se
deu em partes pela inclusão de beneficiários unipessoais, sem dependentes.
Chegaram a ser 5,9 milhões do total em janeiro de 2023. Agora, são 4,1 milhões
nessa situação.
MENOS 325 MIL EM 1 MÊS
O governo cancelou 325.475 cadastros do programa
social de dezembro de 2024 a janeiro de 2025.
No último mês, o custo mensal total com o programa
foi de R$ 13,8 bilhões. Em dezembro de 2022, foram desembolsados R$ 14,39
bilhões em valores corrigidos pela inflação até janeiro de 2025 (nominalmente,
R$ 13,02 bilhões).
O benefício médio quando Bolsonaro assumiu o poder
era de R$ 186,78. Quando deixou o Planalto, era de R$ 607,14. Houve alta
nominal acumulada de 225,1% nos 4 anos do governo do ex-presidente. A inflação
no período foi de 27,1%.
Com Lula, o auxílio médio teve alta de 10,9%,
chegando a R$ 673,62 em janeiro de 2025. A inflação no período de governo do
petista foi de 10,5%.
Poder 360
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