O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB),
falou sobre o movimento do PT durante a votação do PL da Dosimetria, aprovada
na madrugada desta quarta-feira (10), afirmando que o partido comete
“incoerência histórica”. A discussão começou após o líder petista, Lindbergh
Farias (RJ), criticar a proposta e citar Ulysses Guimarães, personagem central
da Constituição de 1988, para acusar Motta de agir de forma “oportunista” ao
avançar com o projeto, que reduz penas de condenados pelo 8 de Janeiro —
incluindo, potencialmente, Jair Bolsonaro.
Lindbergh afirmou que o presidente da Câmara “comete
crime” ao interferir em julgamentos ainda em curso, e o acusou de agir para
favorecer generais golpistas. Motta rebateu com dureza e disse que o PT não
poderia reivindicar Ulysses, já que votou contra o texto final da Constituição.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), constituinte em 1988, tentou corrigir
Motta, mas foi interrompida. Historicamente, o PT realmente votou contra o
texto final — como forma de protesto — mas seus parlamentares assinaram a Constituição
após a aprovação.
O embate se dá em meio ao desgaste recente entre os
dois parlamentares. A relação azedou após Lindbergh acusar Motta de descumprir
decisões do STF nos casos de Carla Zambelli e Alexandre Ramagem, afirmando que
o presidente da Câmara deveria responder por crime de responsabilidade, com
possibilidade de afastamento. Ele afirmou ao Metrópoles que
Motta atuou com “dois pesos e duas medidas” ao lidar com bolsonaristas e
governistas que ocuparam a mesa diretora em protestos.
Para o líder petista, Motta foi leniente com
bolsonaristas que pressionavam por anistia, mas usou força policial contra
deputados que protestavam no plenário pela manutenção do mandato de Glauber
Braga. A troca de acusações amplia a tensão entre PT e o presidente da Câmara
em meio à tramitação da dosimetria.
Com informações do Metrópoles

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