Dois ex-gerentes da Caixa Asset recorreram à Justiça
trabalhista após serem removidos de seus cargos comissionados por se oporem à
compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, operação
considerada de alto risco pelos técnicos do próprio banco estatal. Embora
continuem empregados, Maurício Vendruscolo e Daniel Cunha Gracio foram
realocados para funções burocráticas, muito abaixo de suas qualificações —
ambos possuem certificação CFA, uma das mais prestigiadas do mercado
financeiro.
A informação é do blog da Malu Gaspar,
do jornal O Globo. O caso teve início em julho de 2024, quando a
área de renda fixa da Caixa Asset produziu um parecer sigiloso de 19 páginas
desaconselhando a operação. O documento apontava falta de clareza nos números
do Master, modelo de negócios de difícil compreensão e alto risco de solvência.
Mesmo com alerta interno e a operação posteriormente descartada, os gerentes
perderam seus postos após assinarem e avalizarem o parecer contrário ao negócio
de até R$ 1 bilhão.
Os dois afirmam ter sido vítimas de retaliação e
pedem indenização na Justiça. A crise interna resultante do episódio repercutiu
no mercado financeiro e expôs fragilidades na governança da Caixa Asset, que já
vinha sendo pressionada por dúvidas sobre seus controles e critérios de risco.
No mês passado, uma auditoria do TCU reforçou essas
preocupações ao indicar falhas nos mecanismos de governança e canais de
denúncia do banco. Segundo o relatório, há indícios de que as exonerações,
especialmente a de Gracio, foram motivadas pela oposição à proposta de compra
das letras financeiras do Master, comprometendo a credibilidade da gestão de
riscos da Caixa Asset.
Com informações do O Globo

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