"Do Sindicato ao Catete: 70 anos de Café Filho
na presidência da República" é o tema da mostra e homenagem que a
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte fará em memória ao potiguar Café
Filho, que há 70 anos assumiu a presidência do País, sucedendo Getúlio Vargas.
A mostra vai acontecer desta segunda-feira (14) até
25 de outubro no Salão Nobre Iberê Ferreira, na sede do Legislativo Estadual. A
solenidade de abertura contará com a presença de familiares do homenageado.
A exposição histórica marca também a doação oficial
ao parlamento do RN de um acervo com cerca de 350 peças do ex-presidente, que
serão entregues por familiares de Café Filho e que faziam parte do seu acervo
particular.
A ação é uma realização do Núcleo Café Filho, que
faz parte do Memorial do Legislativo Potiguar (MLP) e cuja nomenclatura também
homenageia o estadista.
Além da doação familiar, outras peças que compõem a
mostra foram cedidas pelo Museu Café Filho, da Fundação José Augusto e também
pelo chefe do Núcleo Café Filho, Alexandre Gurgel, colecionador.
"Agradecemos demais à família de Café Filho por
esta doação e também à gentileza de Gilson Matias, presidente da Fundação José
Augusto, em nos ceder peças para a mostra que será formada por todos esses
acervos", afirmou Alexandre Gurgel.
Quem foi Café Filho
João Fernandes Campos Café Filho foi
um jornalista e advogado nascido em Natal em
3 de fevereiro de 1899. Também foi fundador do Alecrim Futebol Clube e atuou
como goleiro da equipe.
Elegeu-se deputado federal (1935-1937) e se destacou
pela defesa das liberdades constitucionais. Ameaçado de prisão, fez um asilo na
Argentina e retornou ao Brasil em 1938. Foi um dos fundadores do Partido
Republicano Progressista (PRP), pelo qual foi mais uma vez eleito deputado
federal (1946-1950).
Escolhido como vice-presidente por uma coligação de
partidos que se fundiram sob a sigla do Partido Social Progressista (PSP),
assumiu a presidência da República com o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de
agosto de 1954.
Governo
O governo do potiguar durou pouco mais de um ano.
Café Filho se afastou da presidência em 3 de novembro de 1955, por causa de um
distúrbio cardiovascular, e em 8 de novembro foi substituído por Carlos Luz,
presidente da Câmara.
Em 11 de novembro de 1955, em decorrência do
movimento político-militar liderado pelo general Lott, ministro da Guerra,
Carlos Luz foi deposto, sob a alegação de que estaria ligado a conspiradores
que queriam impedir a posse do presidente eleito naquele ano, Juscelino
Kubitschek.
Café Filho tentou retornar ao poder, porém, ainda em
11 de novembro, por decisão do Congresso Nacional, foi considerado impedido e
substituído no cargo por Nereu Ramos, presidente do Senado.
Café Filho foi nomeado ministro do Tribunal de
Contas do Estado da Guanabara em 1961 e faleceu no Rio de Janeiro em 20 de
fevereiro de 1970.
Ações
Segundo a Assembleia Legislativa do RN, o potiguar
foi o presidente que viabilizou o Hospital dos Pescadores, nas Rocas, em Natal;
a Escola Agrícola de Jundiaí, em Macaíba, e foi o responsável por nomear o
antigo Aeroporto Augusto Severo.
Também foi por iniciativa dele que os restos mortais
de Nísia Floresta foram transportados para o Rio Grande do Norte. Entre outras
ações, foi ele quem autorizou o início das obras do Museu de Arte Moderna (MAM)
do Rio de Janeiro.
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