A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra
(PT), fez um apelo nesta segunda-feira 22 para que o prefeito de Natal, Álvaro
Dias (PSDB), siga as recomendações do Governo do Estado e proíba a abertura de
bares e restaurantes após às 22h.
De acordo com ela, o aumento na taxa de ocupação de
leitos críticos para atendimento de pacientes com Covid-19 exige dos gestores
estaduais e municipais medidas mais restritivas para conter aglomerações.
Em uma subida de tom, ela defendeu medidas mais duras
de combate à pandemia e afirmou que “não dá para brincar com a morte”.
No último sábado 20, um novo decreto de Fátima entrou
em vigor com medidas mais duras para combater a pandemia, entre elas o
fechamento de bares. Para valer, no entanto, a regra precisa ser seguida pelos
prefeitos, já que a legislação sobre o assunto é municipal, segundo decidiu a
Justiça. Vários municípios já anunciaram que vão seguir as recomendações, mas
Natal ainda não se pronunciou.
“Não podemos vacilar. Está comprovado cientificamente,
aqui e no mundo, que não basta abrir leitos de UTI. Não tem leito de UTI que dê
jeito se nós não atentarmos para uma medida essencial, imprescindível, que é o
distanciamento social, que é evitar aglomeração, além do uso de máscara. Nesse
contexto que nós publicamos o novo decreto, com medidas mais restritivas sim,
porque se fazem necessárias”, destacou Fátima em entrevista à TV Tropical.
A governadora enfatizou que, no fim de semana, as
prefeituras de São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Ceará-Mirim publicaram
decretos seguindo a recomendação estadual. Macaíba e Parnamirim também devem
seguir a medida.
“Espero que o prefeito de Natal tome atitude no
sentido de adotar medidas mais restritivas para que a gente possa juntos, de
mãos dadas, com muita união, solidariedade e firmeza atravessar esse momento
crítico da pandemia que o RN e o Brasil atravessam”, ressaltou a governadora.
Fátima Bezerra disse que faz o apelo aos prefeitos
porque não pode intervir nos municípios. “O que eu posso e tô fazendo, e farei
quantas vezes for necessário, é recomendar, é dizer que nesse momento não dá
pra brincar com a morte. Não dá para continuar flertando com a morte. E o que é
flertar com a morte? São as aglomerações”, acrescentou.
No sábado 20, o Instituto de Medicina Tropical da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IMT/UFRN) divulgou que duas novas
cepas do coronavírus estão em circulação no Estado e explicam, em partes, o
aumento nas hospitalizações. Após o anúncio, a Secretaria Estadual de Saúde
Pública (Sesap) emitiu um alerta e disse que a população precisa reforçar os
cuidados para evitar a disseminação da Covid-19.
“Com esse fato novo preocupante, que é a mutação do
vírus, mais do que nunca é preciso redobrar as atenções. Eu quero fazer um
apelo aos prefeitos que ainda não ajustaram seus decretos, que o façam”, disse
Fátima.
Ausência de Álvaro em reunião
Na última sexta-feira 19, Fátima participou de uma
reunião com representantes das prefeituras da Grande Natal para discutir
medidas mais restritivas, considerando o aumento nas hospitalizações por
Covid-19. O prefeito de Natal, Álvaro Dias, não participou.
Fátima lamentou a ausência do prefeito. “E, até o
presente momento, não tomou nenhuma atitude no que diz respeito ao novo decreto
que o Governo do Estado publicou no sábado com base nas orientações do comitê
científico estadual. Isso é muito preocupante, porque o crescimento da pandemia
é real. As pessoas continuam morrendo. A superlotação dos hospitais está
concentrada em Natal e na região metropolitana”, destacou a governadora.
Taxa de ocupação de leitos
O Rio Grande do Norte iniciou esta segunda-feira com
uma taxa média de ocupação de leitos críticos para Covid-19 em 81%. A pior
situação é da Grande Natal, que tem 89,3% dos leitos ocupados. Os dados são da
plataforma “Regula RN”, da Sesap, que monitora em tempo real a situação dos
hospitais. A consulta foi feita às 9h45.
Ainda de acordo com o sistema, 7 hospitais vivem situação
de colapso, com 100% dos leitos críticos ocupados. Entre eles, o Hospital de
Campanha de Natal.
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