Uma nova pesquisa da Fundação Getúlio Vargas revelou
um cenário preocupante no mercado de trabalho brasileiro: seis em cada dez
trabalhadores pensaram em pedir demissão apenas neste ano.
O estudo, que ouviu mais de 5.300 pessoas, mediu
principalmente o nível de engajamento dos brasileiros em relação às empresas
onde trabalham.
De acordo com o levantamento, apenas 39% dos
entrevistados se sentem engajados com o trabalho, o menor patamar desde o
início da série histórica, em 2023. Entre os executivos, o número é ainda menor,
apenas 27% se consideram engajados, mesmo enfrentando uma carga maior de
pressão corporativa.
Saúde mental aparece como uma das
principais explicações para o desestímulo
Segundo o estudo, 20% dos trabalhadores afirmam
sentir ansiedade todos os dias, 18% relatam fadiga e 14% apresentam sintomas de
depressão. Entre os profissionais em cargos de liderança, 78% relatam ansiedade
e 74%, fadiga.
A região Sudeste se destacou negativamente,
onde 56% dos profissionais afirmaram se sentir desengajados.
“As questões relacionadas dentro e fora do trabalho,
que impactam a saúde mental, são mais acentuadas aqui — seja pela sobrecarga,
pelos ambientes corporativos ou pelos altos níveis de exigência. Mas também por
fatores externos, como a mobilidade urbana e a dificuldade de equilibrar vida
pessoal e profissional. Isso ajuda a entender por que São Paulo apresenta dados
mais críticos em relação à saúde mental”, explica Renato Souza, professor
da FGV-EAESP.
Brasil é considerado o país mais ansioso
do mundo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, fator que impacta
diretamente a rotina dos profissionais.
O custo estimado do desinteresse e da alta
rotatividade dos funcionários chega a R$ 77 bilhões por ano no país. O desafio
agora é encontrar formas de interromper o ciclo de esgotamento e reconstruir
ambientes de trabalho mais saudáveis.
TV Cultura

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