Outro marco contado – e defendido – nas páginas da
Tribuna do Norte foi a histórica chegada da energia elétrica de Paulo Afonso,
na Bahia, ao Rio Grande do Norte e que, em 2025, completou 70 anos
representando um novo momento no desenvolvimento do estado.
Em suas páginas, a TN fez diversas matérias
ressaltando a vinda da energia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco para
o território potiguar no que se transformando em uma bandeira de progresso e
modernização.
Em janeiro de 1955, a Tribuna do Norte trouxe, em
sua primeira página, uma chamada de capa que dizia: “Paulo Afonso: Advento de
nova era para o Nordeste”. Em outra edição, a capa trazia: “Energia elétrica
para o Rio Grande do Norte” e completava: “conferência do senhor Aluízio Alves
com o Presidente da República – o senhor Café Filho prometeu todo apoio às
sugestões do deputado potiguar”.
A cidade de Santa Cruz, na região do Trairi, foi
escolhida como porta de entrada da energia vinda da usina baiana, marcando o
início de uma nova era para o Rio Grande do Norte. A festejada energia de Paulo
Afonso entrou no RN, no início dos anos 60 quando o município foi escolhido
pela sua localização geográfica privilegiada que facilitou a construção das
linhas de transmissão vindas da Bahia.
A inauguração oficial da primeira linha de
transmissão ocorreu em 2 de abril de 1963, em solenidade realizada na cidade de
Santa Cruz, com a presença do presidente João Goulart e comandado pelo então
governador Aluízio Alves.
O compromisso político com a eletrificação
transformou-se em política pública concreta, com investimentos em
infraestrutura e articulação com o governo federal. A energia elétrica passou a
ser vista como elemento fundamental para a industrialização e modernização da
economia potiguar, atraindo investimentos e gerando oportunidades de emprego.
A energia chegou primeiro em Santa Cruz em abril de
1963, mas só foi levada à maioria dos bairros de Natal em 1966, pelo então
prefeito Agnelo Alves. A expansão gradual da rede elétrica permitiu a
instalação de indústrias, o desenvolvimento do comércio e a melhoria das
condições de vida da população.
A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF)
estabeleceu parcerias estratégicas com o Executivo estadual para viabilizar a
expansão da rede elétrica por todo o estado. Os investimentos em linhas de
transmissão e distribuição exigiram planejamento técnico criterioso,
considerando as características geográficas e demográficas de cada região.
Essa expansão contribuiu para criar as condições
necessárias para o surgimento de novos setores econômicos – como indústrias
têxteis e alimentícias – e a modernização de atividades tradicionais como a
agricultura e a pecuária.
A eletrificação na zona rural permitiu a instalação
de sistemas de irrigação, impulsionando a agricultura e criando condições para
o desenvolvimento de projetos agrícolas mais ambiciosos, especialmente na
região do Vale do Açu.
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