segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Carnaúba: A palmeira milagrosa

 


Conhecido por ser praticamente aproveitada em tudo, a carnaúba também teve um momento de auge na economia do Rio Grande do Norte e foi objeto de algumas matérias na Tribuna do Norte ao longo de seus 75 anos de história.

Para se ter ideia, o caule da carnaúba era usado para construção de casas, postes, cata-ventos, móveis, pontes. Já as folhas fornecem fibras para confecção de cordas, redes, esteiras, chapéus, cestos. O fruto, além de comestível, serve para extração de óleo. Por fim, nas raízes foram encontrados componentes medicinais e fitoterápicos.

Mas, dentro disso tudo, o maior destaque ficou por conta da cera que recobre as folhas. Ela é considerada matéria-prima em indústrias como a farmacêutica, cosmética, alimentícia, de filmes plásticos e fotográficos, além de revestimentos, impermeabilizantes, lubrificantes, vernizes dentre outros.

O conhecido “ciclo da carnaúba” funcionava da seguinte forma: havia o processo de separação do pó, que existe nas folhas da árvore, aquele, por sua vez, era transformado em cera (exportada para os Estados Unidos e países da Europa e para os Estados Unidos.
No exterior, a carnaúba tinha o mais variado uso industrial e isso fazia atingir grandes valores comerciais. Aqui no Brasil um dos principais produtos em que se usava a cera de carnaúba eram em discos de vinis.

Com a palha se produziam chapéus, bolsas, sacolas e vassouras contribuindo para o emprego de famílias inteiras, em especial em cidades do interior. A carnaúba também tinha utilização nas fazendas e nas salinas.

A Tribuna do Norte trouxe matérias, como a publicada em 1960, que estampava na capa a notícia sobre o “Plano de financiamento da cêra de carnauba”. O momento era tão propício que o jornal trazia anúncios de de empresas com “máquinas para beneficiar cêra de carnauba”.
A capa de uma edição da Tribuna do Norte de 1952 estampava a imagem da árvore com a seguinte chamada na capa: “Carnaúba – a palmeira milagrosa do Nordeste”.

À época deputado federal, Aluízio Alves estampava as páginas da TN com a dificuldade no financiamento para a “cêra de carnaúba” e que, segundo material publicado, estava em “processos em estudo na Comissão de Financiamento da Produção”.

Mas tudo isso teve um preço. Com o crescimento da produção, os carnaubais foram ficando escassos. Sem falar na chegada dos derivados do petróleo no mercado e na indústria. Os mercados de consumo – interno e externo – diminuíram o consumo e fez com que a oferta de cera excedeu a procura.

Com os anos, o conhecido “ciclo da carnaúba” foi desaparecendo devido ao somatório de despesas crescentes e pouca comercialização do produto.

Mesmo passados anos dessa derrocada, em 2013, a TN trouxe uma matéria que falava da cera de carnaúba. Não do seu ciclo, mas mostrando um dos produtos feitos a partir dela: os discos de vinil, conhecidos como “bolachões”.

 

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