Conhecido por ser praticamente aproveitada em tudo,
a carnaúba também teve um momento de auge na economia do Rio Grande do Norte e
foi objeto de algumas matérias na Tribuna do Norte ao longo de seus 75 anos de
história.
Para se ter ideia, o caule da carnaúba era usado
para construção de casas, postes, cata-ventos, móveis, pontes. Já as folhas
fornecem fibras para confecção de cordas, redes, esteiras, chapéus, cestos. O
fruto, além de comestível, serve para extração de óleo. Por fim, nas raízes
foram encontrados componentes medicinais e fitoterápicos.
Mas, dentro disso tudo, o maior destaque ficou por
conta da cera que recobre as folhas. Ela é considerada matéria-prima em
indústrias como a farmacêutica, cosmética, alimentícia, de filmes plásticos e
fotográficos, além de revestimentos, impermeabilizantes, lubrificantes,
vernizes dentre outros.
O conhecido “ciclo da carnaúba” funcionava da
seguinte forma: havia o processo de separação do pó, que existe nas folhas da
árvore, aquele, por sua vez, era transformado em cera (exportada para os
Estados Unidos e países da Europa e para os Estados Unidos.
No exterior, a carnaúba tinha o mais variado uso industrial e isso fazia
atingir grandes valores comerciais. Aqui no Brasil um dos principais produtos
em que se usava a cera de carnaúba eram em discos de vinis.
Com a palha se produziam chapéus, bolsas, sacolas e
vassouras contribuindo para o emprego de famílias inteiras, em especial em
cidades do interior. A carnaúba também tinha utilização nas fazendas e nas
salinas.
A Tribuna do Norte trouxe matérias, como a publicada
em 1960, que estampava na capa a notícia sobre o “Plano de financiamento da
cêra de carnauba”. O momento era tão propício que o jornal trazia anúncios de
de empresas com “máquinas para beneficiar cêra de carnauba”.
A capa de uma edição da Tribuna do Norte de 1952 estampava a imagem da árvore
com a seguinte chamada na capa: “Carnaúba – a palmeira milagrosa do Nordeste”.
À época deputado federal, Aluízio Alves estampava as
páginas da TN com a dificuldade no financiamento para a “cêra de carnaúba” e
que, segundo material publicado, estava em “processos em estudo na Comissão de
Financiamento da Produção”.
Mas tudo isso teve um preço. Com o crescimento da
produção, os carnaubais foram ficando escassos. Sem falar na chegada dos
derivados do petróleo no mercado e na indústria. Os mercados de consumo –
interno e externo – diminuíram o consumo e fez com que a oferta de cera excedeu
a procura.
Com os anos, o conhecido “ciclo da carnaúba” foi
desaparecendo devido ao somatório de despesas crescentes e pouca comercialização
do produto.
Mesmo passados anos dessa derrocada, em 2013, a TN
trouxe uma matéria que falava da cera de carnaúba. Não do seu ciclo, mas
mostrando um dos produtos feitos a partir dela: os discos de vinil, conhecidos
como “bolachões”.
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