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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

TANGARAENSE - Energia solar cresce 52,5% no RN e bate recorde



O setor de energia solar distribuída no Rio Grande do Norte cresceu 52,5% em 2024, superando a média nacional de 33,4% e a regional de 36,1%. O estado atingiu 86.073 sistemas conectados à rede, sendo 29.651 apenas no último ano, o maior volume anual já registrado. Esse crescimento foi impulsionado por investimentos de R$ 550,2 milhões.

Segundo o relatório “Evolução da Energia Solar Distribuída no RN – 2013 a Dez 2024”, elaborado pelo Observatório da Energia Solar com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a potência instalada no estado chegou a 800.017,88 kWp em dezembro de 2024, um avanço expressivo em relação aos 560.779,50 kWp do ano anterior.

 “O crescimento é impulsionado pela vocação do estado para energias renováveis, pelo apoio de instituições como Sebrae e SENAI, pelo aumento da confiança na tecnologia e pela queda nos preços, que tornou o retorno do investimento mais atrativo”, afirma o economista José Maria Vilar, criador do Observatório da Energia Solar.

A maior concentração de conexões ocorre na Região Metropolitana de Natal e nos polos econômicos do Médio Oeste e Alto Oeste. Natal lidera o ranking estadual com 16.626 conexões (19,3%), seguida por Mossoró (14.943 – 17,4%), Parnamirim (9.876 – 11,5%), Caicó (3.052), Apodi (1.939) e Pau dos Ferros (1.689). Em termos de penetração mercadológica, Mossoró (16,2%), Pau dos Ferros (15,7%), Apodi (15,0%), Caicó (13,8%) e Parnamirim (11,0%) são os municípios com maior percentual de sistemas por domicílio.

A energia solar distribuída no RN é predominantemente residencial, com 83,9% dos sistemas instalados. O setor comercial aparece em seguida, com 12,2% das conexões, mas responde por 30,3% da potência instalada, enquanto os consumidores residenciais acumulam 57,0%. Outros segmentos também avançaram. A classe industrial possui uma potência instalada de 44.494,91 kWp, com uma média de 104,45 kWp por sistema. O setor rural responde por 3,1% das conexões e 5,5% da potência total. “Estima-se que a atividade esteja gerando cerca de 5 mil empregos no RN”, comenta o economista.

Apesar do avanço expressivo, o setor enfrenta desafios como a dificuldade na obtenção de crédito e entraves burocráticos. Empresas relatam demoras na aprovação de projetos, prazos prolongados para vistorias e problemas na contabilização de créditos energéticos. “Alguns dos principais gargalos são os riscos de eventuais mudanças na legislação, relacionamento junto às concessionárias, envolvendo desde a aprovação dos projetos até sua conexão à rede, entrada em funcionamento e computação dos créditos”, aponta Vilar.

Expansão

Mesmo com os desafios, o mercado ainda tem grande potencial de expansão. Apenas 7,5% dos domicílios potiguares possuem sistemas fotovoltaicos, indicando uma ampla margem para novas instalações. Entre as oportunidades futuras, destacam-se sistemas híbridos com baterias, carregadores para veículos elétricos e o ingresso no mercado livre de energia. “Acreditamos que bateremos novos recordes. Ninguém vai querer continuar pagando energia cara. A ordem é ser um prossumidor de energia, e esse recurso está aí para todos, uma prova de liberdade econômica”, afirmou Williman Oliveira, presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis (APER).

 

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