Com dois leilões já realizados nos primeiros dias da
Festa do Boi 2024 movimentando cerca de R$ 1 milhão em negócios, as
expectativas em torno do balanço geral de vendas de animais do evento neste ano
são positivas, segundo os organizadores. Com ainda mais outros três leilões
marcados para esta semana, a previsão é de ultrapassar R$ 3 milhões em vendas
em 2024, com expectativa de superar as margens de 2023. Ao todo, 70 animais
foram vendidos.
Até agora, foram realizados os leilões da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) e o leilão da ANQM (Associação
Norte-Rio-Grandense de Cavalos Quarto de Milha), ambos tradicionais na Festa do
Boi. No da ANQM, por exemplo, dos 39 lotes leiloados, pouco mais de 20% saíram
para compradores de outros estados, como Pará, Bahia, Paraíba e Pernambuco.
“Nos leilões
da ANQM e da Emparn já superamos os valores de 2023. Ao todo vamos leiloar
cerca de 200 animais na Festa do Boi”, explica Tiago Tourão, diretor técnico da
Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores (Anorc).
Na avaliação de Eduardo Melo, leiloeiro e
vice-presidente da Anorc, a venda de animais do RN para outros estados
confirmam o caráter nacional da feira. Nos próximos dias estão previstos os
leilões “Genética Potiguar”, “Evolução” e encerrando com o leilão “Sindi
Estrelas”.
“Vamos ter um leilão muito grande nesta terça das
raças Zebuína, Sindi, Nelore, Guzerá e Gir. Vai ser um leilão espetacular com
um alto nível de gado e padrão brasileiro. Quem quiser melhorar seu rebanho,
fazer grandes negócios e investir no melhor da genética potiguar, provada e
comprovada, convido a vir ao leilão”, acrescenta.
Festa do Boi
Com a expectativa de alcançar R$ 80 milhões em
movimentação econômica neste ano, a 62ª edição da Festa do Boi reúne mais uma
vez a tradição, os negócios e a diversão em somente em um único espaço, o
Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim.
Promovido anualmente pela Associação Norte-Rio
Grandense de Criadores (ANORC), o evento se tornou um marco no calendário da
agropecuária do Rio Grande do Norte e hoje também é considerado a maior
exposição do setor no Nordeste. Em 2024, a Festa ganha um dia a mais e estará
pronta para receber o público entre os dias 11 e 19 de outubro.
Wesley Monteiro, mestre alambiqueiro da cachaça
Serra de Martins, do Oeste potiguar, expõe seus produtos no Espaço Sebrae
Origens | Foto: Alex Régis
Espaço Sebrae Origens tem 51 expositores
Parceiro da Festa do Boi há 30 anos, o Serviço
Brasileiro de Apoio ao Microempreendedor (Sebrae-RN) está na festa com o Espaço
Sebrae Origens, tendo 51 expositores de várias cidades do Rio Grande do Norte.
Segundo João Hélio Cavalcanti, diretor técnico do
Sebrae, o objetivo do espaço é apresentar para a sociedade produtos e pequenas
empresas do Rio Grande do Norte para o público da Festa do Boi.
“Para valorizar o que temos de melhor e aprsentar ao
mercado esses produtos e produtores, eles precisam cumprir algumas regras do
jogo de mercado, como certificação, aumentod e produtividade e lucratividade,
todo o cuidado com a sustentabilidade. São produtos que têm potencial no nosso
mercado local do RN e região Nordeste. Mas para isso requer uma ação nossa do
Sebrae de apoio e estratégica para que eles possam alcançar outros mercados de
forma gradativa, consciente e sustentável”, explica João Hélio Cavalcanti.
No espaço estão dispostos vários produtores, entre
desenvolvedores de cachaças, cervejas, queijos, farofas, geleias, mel,
rapaduras, entre outros produtos.
Quem está expondo pela primeira vez é o Wanklin
Santos, que criou a Blend Pepper, uma marca de geleias, catchup e mostarda no
RN. A ideia é criar uma linha industrial, mas mantendo o conceito gourmet dos
produtos.
“Nossa empresa trabalha com molhos de pimenta e
geleias com pimenta ou sem. Nossos produtos são artesanais e gourmet. Temos uma
linha de mostarda e catchup com goiabada. Estamos no mercado há três anos. Tudo
somos nós que produzimos, eu, minha esposa Kátia e minha irmã. Já temos ficha
nutricional, código de barras, estamos procurando melhoramento alimentar. Nossa
proposta é ter um produto artesanal mas com linha artesanal. Não trabalhamos
com aromas nem ácidos”, explica.
Outro que expõe no Espaço Sebrae Origens é Wesley
Monteiro, mestre alambiqueiro da cachaça Serra de Martins, do Oeste potiguar.
Atualmente a cachaça possui cerca de cinco rótulos e aumentou sua produção em
3.000 litros de cachaça no ano passado.
“Temos as cachaças envelhecidas, a prata, a de mel
de abelha e o rum. Somos os primeiros do RN a fabricar rum e cachaça com mel de
abelha. Estamos há quatro anos no mercado. Pessoal tem provado e gostado”,
explica.
Há espaço também para cervejas artesanais, como é o
caso da cervejaria Bonnah Bier, que têm quatro rótulos de cervejas e dois
estilos. A ideia é fazer cervejas mais clássicas. Uma das produções recentes
foi a Arenítica, que foi criada em parceria com o Geoparque Seridó, fazendo
referência ao arenito localizado no topo da Serra de Santana.
“Temos uma produção em torno de 2 mil litros/mês,
mas é uma produção que oscila. Preferimos estar sempre com o estoque mais novo
para sempre ter uma cerveja mais jovem com frescor maior. Lançamos esse rótulo,
a Arenítica, e estamos distribuindo nas nove cidades do Geoparque Seridó”,
acrescenta.
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