África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Apenas
esses países são menos competitivos do que o Brasil, segundo mostra o ranking
global, atualizado nesta segunda-feira (19), da escola de educação executiva
suíça IMD. Na edição do ano passado, o Brasil já estava somente à frente desses
países. Porém, com a inclusão na lista do Kuwait, outra economia mais
competitiva do que a brasileira, o País caiu da 59ª para a 60ª posição no
ranking. O levantamento considera indicadores econômicos dos países — a maioria
relativa ao ano passado —, assim como pesquisas de opinião com executivos e
empresários. No Brasil, as coletas de dados econômicos e a pesquisa são
realizadas pela Fundação Dom Cabral (FDC).
Pelo segundo ano seguido, a Dinamarca segue como o
país onde as empresas têm maior competitividade, seguida agora pela Irlanda,
que tirou a vice-liderança da Suíça. Entre as maiores economias do mundo, os
Estados Unidos subiram uma posição — da décima para a nona colocação —,
enquanto a China perdeu quatro, caindo da 17ª para a 21ª posição, como reflexo,
entre outros motivos, das rígidas restrições da política de covid zero em 2022.
A edição do ranking deste ano mostra uma melhora na
avaliação do Brasil nas áreas de infraestrutura básica, atração de
investimentos internacionais, emprego e preços, sobretudo de combustíveis, que
tiveram desoneração, e alimentos. Por outro lado, na comparação com outras
economias, o Brasil está entre os piores países quando se trata de educação,
custo de capital, legislação trabalhista e finanças públicas, assim como em
produtividade da força de trabalho e burocracia para abertura de empresas.
Em todo o mundo, o ranking de competitividade
recebeu a contribuição de mais de 6,4 mil executivos dos 64 países avaliados.
Só no Brasil, a Fundação Dom Cabral teve respostas de mais de 100 participantes
de diferentes setores, regiões e portes de empresas. Em função da guerra, que
provocou mudança radical do ambiente de negócios nos dois países, Rússia e
Ucrânia seguem fora do ranking.
De 2020, quando estava na 56ª posição, para cá, o
Brasil já foi ultrapassado por Eslováquia, Jordânia e Croácia na lista dos
países que oferecem as melhores condições para uma empresa prosperar e
concorrer em mercados internacionais. Na América Latina, o Chile é considerado
o país mais competitivo, ainda assim aparecendo na metade de baixo da tabela,
na 44ª posição.
“Pelo tamanho do mercado e diversidade de sua
economia, o Brasil é um país atrativo para investimentos, mas o relatório
mostra que as condições de competitividade oferecidas para as empresas são
piores do que as de outros países”, comenta Carlos Arruda, professor associado
da Fundação Dom Cabral.
Entre os destaques do levantamento, pesquisadores da
Fundação Dom Cabral apontam a percepção de que as empresas brasileiras estão atrasadas
na adoção de ferramentas de análises de dados (big data) e de inteligência
analítica (analytics), ao passo que a baixa produtividade está associada a
deficiências na formação de capital humano. São fatores que ajudam a explicar
por que o Brasil, em apenas dois anos, despencou da 49ª para a 61ª posição na
eficiência dos negócios, um dos quatro pilares considerados no ranking.
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