A população abaixo da linha de extrema
pobreza aumentou 7,9% de 2020 para 2021 no Rio Grande
do Norte, o que significa o maior aumento percentual em um ano entre os
estados do Brasil.
É o que aponta a pesquisa sobre pobreza monetária
que foi divulgada pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS)
neste mês de junho.
De acordo com o relatório da pesquisa, 14,9% da
população potiguar vive abaixo da linha da extrema pobreza.
Em 2021, a população estimada do Rio Grande do Norte
, segundo o IBGE, era de 3.560.903 habitantes. Ou seja, mais de 500 mil
potiguares vivem abaixo da linha da extrema pobreza.
Nos critérios avaliados na pesquisa, está nessa
situação a população que vive em área urbana com menos de R$ 198,05 e
quem vive na área rural com menos de R$ 176,48 - os valores
mudam de acordo com a região e cidades do Brasil.
No Rio Grande do Norte, o aumento de 7,9% foi
o maior do país ao lado do Maranhão. Em 2020, a pesquisa aponta que o estado
tinha 6,9% da população abaixo da extrema linha de pobreza,
chegando a 14,9% em 2021.
Com o nível atual, o RN é o 12º na pior situação no
ranking entre os estados.
No comparativo com 2019, o crescimento é menor, já
que naquele ano o estado tinha 12,9% da população nessa situação - 2% abaixo de
2021.
Linha da pobreza
A população abaixo da linha da pobreza também
aumentou no estado entre 2020 e 2021, segundo a pesquisa do IMDS. Ao
todo, 34,5% da população do RN está nessa situação, sendo
o 13º pior entre os estados brasileiros.
É considerado abaixo da linha da pobreza no estado a
população que, em área urbana, tem abaixo de R$ 396,09 para
viver e, em área rural, abaixo de R$ 352,96.
Em 2020, o relatório apontava que 24% da
população do estado estava abaixo da linha da pobreza - o aumento foi de 10,5% -
o terceiro maior em todo o Brasil, atrás de Maranhão (11,5%) e Sergipe (12,5%).
No comparativo com 2019, o aumento, no entanto, foi
menor. Naquele ano, o estado tinha 30,9% da população nessa situação.
Metodologia
Segundo IMDS, as linhas regionalizadas são propostas
pelo IPEA, IBGE e Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e
as rendas são ajustadas a partir dos deflatores da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua(PNADC), do IBGE. As linhas de pobreza são
ajustadas pelo deflator calculado a partir do Indíce Nacioanal de Preços ao
Consumidor (INPC).
Para o cálculo dos resultados de pobreza, é aplicado
somente as linhas do ano mais recente sobre as rendas de todos os anos da série
ajustadas também para o ano mais recente. Isso significa que, a cada
atualização, toda a série histórica será recalculada em valores do último ano,
o que gera pequenas alterações nos resultados dos anos anteriores.
O instituto
O Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social
(Imds) é uma plataforma para propor e acompanhar a execução de políticas
públicas de impacto em mobilidade social. Seus parceiros são gestores públicos
e representantes do terceiro setor, interessados em soluções fundamentadas no
método científico para problemas sociais nas suas respectivas comunidades.
O IMDS é uma associação privada sem fins lucrativos,
mantida por patrocinadores privados, com governança aos cuidados de um conselho
de administração.
Um comitê técnico dá aval às proposições. As
intervenções dividem-se em várias etapas: identificação temática, seleção do
modelo de atuação, identificação de parcerias, elaboração do piloto, gestão de
conhecimento e, sempre que for o caso, aprimoramento institucional.
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