A falta de alguns medicamentos na Unidade Central de
Agentes Terapêuticos (Unicat) está afetando o tratamento de pacientes
psiquiátricos desde o mês de maio no Rio Grande do Norte.
Os medicamentos são: Quetiapina de 200 mg que acabou
no início de maio, segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), e a
Quetiapina de 100 e 25 mg, que acabaram no dia 10 de junho.
Em nota, a Sesap informou que o medicamento "é
de responsabilidade do Ministério da Saúde" e que "a pasta sinalizou
que encontra-se em fase final de contratação, porém sem previsão de
envio".
Enquanto os medicamentos não chegam, os pacientes
que precisam deles passam por dificuldades para conseguir manter o tratamento.
É o caso da técnica de enfermagem Mauricélia da
Silva, de 54 anos. Afastada do trabalho desde que foi diagnosticada com
esquizofrenia, depressão e bipolaridade, ela recebe o benefício de prestação
continuada e está com orçamento apertado.
Ela toma a Quetiapina de 200 mg, que não tem na rede
pública desde maio. Uma caixa do medicamento com 30 comprimidos custa em média
R$ 210.
"O salário de um BPC (Benefício de prestação continuada)
é um salário mínimo. Então, se eu comprar eu realmente não vou comer. E não dá
nem para comprar um terço das caixas", lamentou Mauricélia.
Atualmente, cerca de 3 mil pacientes recebem o
medicamento no estado distribuído pela Unicat, através do SUS.
Mauricélia conta que tem contado com a ajuda de
amigos para comprar a medicação. "Eu recebi uma doação no sábado, de uma
pessoa da igreja, que ficou sabendo que eu estava nessa situação. e mandou uma
caixa pra mim", contou.
A dona de casa Tânia Maria da Silva contou que, por
não tem mais comprimidos, decidiu diminuir a quantidade que é recomendada para
o tratamento por dia - essa medida não é indicada pelos médicos. "Por isso
que eu estou em crise. Estou tomando só a noite", lamentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário