O líder da oposição na Câmara Federal, deputado Sóstenes
Cavalcante (PL-RJ) sacramenta que “a casa caiu para a “petezada” com o
andamento da CPMI do INSS, que investiga desvios de recursos de aposentados e
pensionistas que passam dos bilhões de reais.
“É impressionante! Se dependesse dos parlamentares
do PT, com exceção do senador Fábio Contarato (ES), porque a gente é justo, que
é do PT, só ele assinou a CPMI. Se dependesse do resto, não tinha CPMI. Se
dependesse de ministros indicados por outros governos, ministro do STF, eu não
sei, porque eu não quero ser leviano, se estariam agindo como o brilhante
ministro André Mendonça está agindo, sem se apressar, porque, se ele fosse um
ministro apressado, tinha prendido toda essa raça, essa quadrilha de ladrão já
no primeiro dia, mas não fez isso, não. A casa está caindo aos poucos”.
Eleito no Rio Janeiro, Sóstenes Cavalcante disse que
além do coordenador do PT, Ricardo Bimbo, que recebeu R$ 2,6 milhões da empresa
da farra do INSS, o deputado Cavalcante cita o fato de ainda ter chegado num
parente do presidente Lula, R$ 10 mil no contador. “É um rolo danado. Assim,
onde tem corrupção, nós vamos ver o PT metido nesse meio.”.
Para Cavalcante, quem vai ter que dar explicação é o
Ministro Márcio França, “porque, lá em Santos, parece que tem negociações, dinheiro
de campanha para 2022”.
Cara de pau
O líder oposicionista também ressaltou que desde o
começo dos trabalhos da Comissão, a primeira coisa que o PT fez, além de não
assinar a criação da CPMI, é vir durante o andamento das investigações de falar
na “cara de pau”, que “nós temos que punir; nós estamos devolvendo o dinheiro
dos aposentados roubados”.
Pelo contrário, Sóstenes Cavalcante esclarece que
“quem está devolvendo o dinheiro dos aposentados somos nós, os brasileiros, que
estamos pagando pelo roubo e agora para devolver. O PT não devolve nada, não. O
PT quer posar de bonzinho; não tem nada de bonzinho”.
Segundo Cavalcante, o que ocorreu e as apurações
estão apontando o seguinte: “É roubo duas vezes: a primeira é quando roubam e a
segunda é quando devolvem com o dinheiro dos impostos dos brasileiros. A gente
tem que falar a verdade. Querer aqui ficar posando de bonzinho”.
Marinho reforça trabalho investigativo
Líder da oposição no Senado Federal, o senador
Rogério Marinho (PL-RN) também enaltece que o próprio Governo Lula “trabalhou
violentamente contra a instalação da CPMI do INSS”, mas reconhece que o senador
Fábio Contarato foi o único parlamentar petista a apoiá-la: “Nenhum deles
assinou o pedido de instalação da CPMI, e é bom fazer justiça a quem o fez”.
O senador Rogério Marinho disse que a CPMI “foi
cercada de todas as formas para impedir o avanço das investigações. A blindagem
que o Governo tenta estabelecer a cada reunião, que o Partido dos Trabalhadores
faça o seu papel, que saia da retórica e do discurso para a materialização,
para a prática”.
Segundo Marinho, “existem governos que convivem com
a corrupção, existem governos que combatem a corrupção. Agora, ninguém é imune
à corrupção. Nós não temos bandido de estimação”.
Para Marinho, a CPMI “está fazendo um grande
trabalho” e vai se dedicar a apurar e encontrar mais ilícitos ainda, “porque
hoje quem virá para cá é um daqueles que foi beneficiado, claramente, pelos
recursos ilícitos que foram tomados dos trabalhadores brasileiros aposentados.
Ele é somente filho deste que foi preso e que era Diretor de Benefícios do
Governo do PT, André Fidelis”.
Rogério Marinho também defendeu o governo Bolsonaro:
“Não existe maior mentira do que dizer que o Governo de direita do presidente
Bolsonaro montou um esquema para beneficiar centrais sindicais e sindicatos
picaretas”.
Aliás, Marinho conta que teve a oportunidade de ser
o elator da reforma trabalhista. “Foi de nossa lavra a ação que impediu o
primeiro roubo – que foi retirado -, que era o imposto obrigatório. E nós
tivemos outra vitória, acabando com o desconto associativo”.
Marinho disse, depois da convivência com Bolsonaro,
pode afirmar que “não conhece figura pública como o presidente Bolsonaro: com
desprendimento, com espírito público, com a condição de servir o Brasil. Ele
foi alguém que não permitiu, por exemplo, o aparelhamento da máquina pública,
como o PT faz. E o resultado é que nós terminamos o nosso Governo com 54
bilhões de superávit e as estatais no azul. E o Governo, agora, quebrou as
estatais, quebrou os Correios, está quebrando os fundos de pensão, porque voltou
a aparelhar a máquina pública”.
Marinho ponderou que Bolsonaro, “maior líder popular
do Brasil está impedido de falar, há cem dias amordaçado. Enquanto isso, o
outro foi preso durante quinhentos e tantos dias e foi descondenado, porque as
ações contra ele não foram retiradas. Houve um problema técnico ou processual e
voltou-se à escala zero, mas ele teve três instâncias de julgamento, ao
contrário do presidente Bolsonaro, que não teve direito a uma segunda
instância, e nós quebramos, inclusive, o Pacto de São José da Costa Rica”.
Finalmente, Marinho disse na CPI, na quinta-feira
(13), “não vão poder apagar a história. Eles estão tentando reescrever a
história fazendo uma série de artifícios do ponto de vista jurídico, mas a
história não prescreve, está tudo registrado. E eu não tenho dúvida de que a
história vai fazer justiça e está nos observando a todos”.
CPMI do INSS tem novos depoimentos
A CPMI do INSS ouve na segunda-feira (17) duas
pessoas investigadas por desvio de aposentadorias da Previdência Social: o
ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do Instituto Nacional do Seguro
Social Jucimar Fonseca da Silva e o empresário Thiago Schettini. A reunião está
marcada para as 14h30, e será realizada na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado
Federal.
Jucimar Fonseca da Silva é alvo de 11 requerimentos
de convocação. Entre eles, requerimentos dos deputados Zé Trovão (PL-SC) e Beto
Pereira (PSDB-MS) e da bancada do Novo na Câmara.
Segundo os requerimentos, Silva é citado no
inquérito da Polícia Federal como gestor do setor de pagamentos e teria
autorizado e viabilizado operacionalmente o processamento dos descontos em
folha, mesmo em situações que apresentavam claros indícios de irregularidades.
Antes da reunião de segunda-feira, Silva deve ser
submetido a uma avaliação médica oficial. Ele apresentou um atestado médico à
CPMI em que se diz impossibilitado de prestar depoimento.
O segundo depoente, o empresário Thiago Schettini,
foi convocado por quatro requerimentos. Um dos pedidos é do deputado Rogério
Correia (PT-MG). Segundo o parlamentar, Schettini é apontado como “facilitador”
no esquema de desvio de aposentadorias. O empresário teria recebido recursos de
Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Nova fase
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana
(Podemos-MG), afirmou que a nova fase da Operação Sem Desconto, que a Polícia
Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram na quinta-feira
(13), atingiu pessoas-chave no esquema criminoso que, por anos, permitiu o desconto
ilegal de mensalidades associativas de milhões de aposentados e pensionistas do
INSS.