Em pronunciamento no Plenário do Senado Federal,
nesta terça-feira (9), o senador Styvenson Valentim (PSDB RN) fez duras
críticas à postura de ministros do Supremo Tribunal Federal diante de decisões
do Legislativo e defendeu maior equilíbrio institucional entre os Poderes,
incluindo o Poder Executivo.
O parlamentar ressaltou que ministros da Suprema
Corte estariam utilizando espaços públicos do próprio STF para criticar
decisões do Senado. “Quando precisam de votos, batem à nossa porta nos
gabinetes. Mas depois não querem se reportar a esta Casa, que
constitucionalmente tem a responsabilidade de avaliá-los”, afirmou.
Styvenson destacou que é autor de uma Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que prevê a possibilidade de avaliação individual
da conduta e das falas dos ministros. Segundo ele, hoje não há um instrumento
efetivo de fiscalização, já que os magistrados da Suprema Corte não estão
submetidos ao Conselho Nacional de Justiça nos mesmos moldes dos demais
integrantes do Judiciário.
“O STF é o único dos Poderes que não passa por
reavaliação periódica. Não enfrenta o crivo do voto popular, não passa pelo
referendo periódico e necessário, típico do processo democrático, como passam o
Legislativo e o Executivo”, criticou. Para o senador, essa ausência de
mecanismos de controle ajuda a explicar o distanciamento entre o tribunal e a
sociedade.
Durante a fala, Styvenson também citou pesquisas de
opinião que apontam que cerca de 70% dos brasileiros não sabem sequer o que
quer dizer a sigla STF (pesquisa Quaest de julho de 2022) e ainda que apenas
metade da população afirma confiar na Corte (pesquisa Quaest de setembro de
2025). “Mesmo com esses níveis de desconhecimento e desconfiança não há
qualquer preocupação institucional em rever posturas. Isso é grave para a
democracia”, advertiu.
O senador defendeu que a PEC seja debatida com
seriedade pelo Congresso como forma de fortalecer a harmonia entre os Poderes,
ampliar a transparência e garantir que todos estejam igualmente submetidos a
mecanismos de controle. “Não estou falando de decisões jurídicas, mas da forma
pessoal e política como alguns ministros vêm se posicionando. É disso que se
trata: responsabilidade, prestação de contas e respeito ao papel constitucional
de cada Poder”, concluiu. No xadrez institucional, Styvenson joga com as peças
da Constituição. E avisa: xeque-mate sem prestação de contas não combina com
democracia.
Esse texto foi copiado do Blog do Gustavo Negreiros

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