domingo, 9 de novembro de 2025

RN recicla só 25% do lixo e perde R$ 700 milhões por ano

 


O Rio Grande do Norte tem avançado na gestão de resíduos e na reciclagem, mas ainda há espaço para crescer. Atualmente, o estado recicla cerca de 25% dos resíduos gerados, índice que, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN (Sindrecicla-RN), Etelvino Patrício, pode chegar a 50%. Além disso, o RN deixa de gerar R$ 700 milhões por ano em receitas por não aproveitar plenamente os materiais recicláveis que ainda são descartados em aterros e lixões.

Esse e outros temas foram discutidos durante o 4º Fórum de Reciclagem e Resíduos Sólidos do RN, que reuniu representantes do setor entre os dias 6 e 7 de novembro, na Casa da Indústria, em Natal, para debater avanços e desafios da cadeia produtiva da reciclagem no estado. Para o presidente do Sindirecicla, a reciclagem é crucial para a economia circular e para o desenvolvimento do estado.

“O RN perde cerca de R$ 700 milhões por ano em receitas devido a materiais que poderiam retornar à cadeia produtiva, mas acabam sendo destinados a aterros e lixões a céu aberto”, disse Etelvino, ao explicar que o material reciclado volta como matéria-prima para a cadeia produtiva, gerando empregos, impostos e movimentando a economia.

Atualmente, a cadeia da reciclagem gera cerca de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos no Rio Grande do Norte. No ano passado, apenas 18% dos resíduos produzidos no estado foram reciclados. Embora os índices tenham melhorado, ainda faltam maior engajamento da população e políticas públicas que incentivem a coleta seletiva e o reaproveitamento de materiais. Esses fatores são apontados como os principais desafios para que o RN alcance o seu potencial de 50% de reciclagem.

O presidente do SINDRECICLA destacou que é fundamental que a população, comerciantes e industriais compreendam a importância de se separar o lixo reciclável do não reciclável no momento do descarte, o que facilita o trabalho dos catadores e das cooperativas. Para Etelvino, o Fórum tem justamente o objetivo de sensibilizar a população sobre a temática.

Durante a programação do fórum, também foi realizada uma cerimônia de entrega do Selo Verde de Reciclagem, certificação que reconhece boas práticas ambientais e de gestão no reaproveitamento de resíduos. A iniciativa busca fortalecer a competitividade do setor, valorizar empresas e incentivar o avanço da economia circular no estado.

Com o tema “Indústria, catadores e economia circular: juntos pelo reaproveitamento e pela descarbonização”, o evento incluiu painéis, palestras e debates técnicos sobre destinação adequada dos resíduos, políticas públicas, tecnologias aplicadas ao reaproveitamento de materiais e estratégias de redução das emissões de carbono.

Ao longo da programação, entre os dias 6 e 7 de novembro, foram discutidos temas chave relacionados à economia circular e descarbonização. Dentro desses temas, foram realizadas palestras, painéis e relatos com participações de empresas, instituições e atores que compõem a cadeia produtiva da reciclagem.

Representantes de órgãos estaduais e municipais, Ministério Público e organizações sociais, com enfoque em políticas públicas e regulamentação participaram da iniciativa.

 

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