O Rio Grande do Norte tem avançado na gestão de
resíduos e na reciclagem, mas ainda há espaço para crescer. Atualmente, o
estado recicla cerca de 25% dos resíduos gerados, índice que, segundo o
presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN
(Sindrecicla-RN), Etelvino Patrício, pode chegar a 50%. Além disso, o RN deixa
de gerar R$ 700 milhões por ano em receitas por não aproveitar plenamente os
materiais recicláveis que ainda são descartados em aterros e lixões.
Esse e outros temas foram discutidos durante o 4º
Fórum de Reciclagem e Resíduos Sólidos do RN, que reuniu representantes do
setor entre os dias 6 e 7 de novembro, na Casa da Indústria, em Natal, para
debater avanços e desafios da cadeia produtiva da reciclagem no estado. Para o
presidente do Sindirecicla, a reciclagem é crucial para a economia circular e
para o desenvolvimento do estado.
“O RN perde cerca de R$ 700 milhões por ano em
receitas devido a materiais que poderiam retornar à cadeia produtiva, mas
acabam sendo destinados a aterros e lixões a céu aberto”, disse Etelvino, ao
explicar que o material reciclado volta como matéria-prima para a cadeia
produtiva, gerando empregos, impostos e movimentando a economia.
Atualmente, a cadeia da reciclagem gera cerca de 6
mil empregos diretos e 18 mil indiretos no Rio Grande do Norte. No ano passado,
apenas 18% dos resíduos produzidos no estado foram reciclados. Embora os
índices tenham melhorado, ainda faltam maior engajamento da população e
políticas públicas que incentivem a coleta seletiva e o reaproveitamento de
materiais. Esses fatores são apontados como os principais desafios para que o
RN alcance o seu potencial de 50% de reciclagem.
O presidente do SINDRECICLA destacou que é
fundamental que a população, comerciantes e industriais compreendam a
importância de se separar o lixo reciclável do não reciclável no momento do
descarte, o que facilita o trabalho dos catadores e das cooperativas. Para
Etelvino, o Fórum tem justamente o objetivo de sensibilizar a população sobre a
temática.
Durante a programação do fórum, também foi realizada
uma cerimônia de entrega do Selo Verde de Reciclagem, certificação que
reconhece boas práticas ambientais e de gestão no reaproveitamento de resíduos.
A iniciativa busca fortalecer a competitividade do setor, valorizar empresas e
incentivar o avanço da economia circular no estado.
Com o tema “Indústria, catadores e economia
circular: juntos pelo reaproveitamento e pela descarbonização”, o evento
incluiu painéis, palestras e debates técnicos sobre destinação adequada dos
resíduos, políticas públicas, tecnologias aplicadas ao reaproveitamento de
materiais e estratégias de redução das emissões de carbono.
Ao longo da programação, entre os dias 6 e 7 de
novembro, foram discutidos temas chave relacionados à economia circular e
descarbonização. Dentro desses temas, foram realizadas palestras, painéis e
relatos com participações de empresas, instituições e atores que compõem a
cadeia produtiva da reciclagem.
Representantes de órgãos estaduais e municipais,
Ministério Público e organizações sociais, com enfoque em políticas públicas e
regulamentação participaram da iniciativa.

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