sábado, 27 de setembro de 2025

UFRN desenvolve sistema tátil para identificação de cores e texturas voltado a pessoas cegas

 


Um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criou um sistema que permite a identificação tátil de cores e texturas, pensado para pessoas cegas ou com baixa visão.

O invento, chamado “Sistema para identificação tátil de cores em arco, seu método de produção e uso”, possibilita diferenciar cores e suas intensidades, identificar texturas de materiais e anexar amostras físicas para percepção sensorial completa.

O pedido de patente foi feito em julho junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O sistema funciona como um arco semicircular que representa a sequência tradicional das cores do arco-íris — vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta — com faixas em relevo diferenciadas para cada cor.

A intensidade ou saturação da cor pode ser percebida por meio da espessura variável de uma linha inferior em relevo. No centro do arco, há espaço para anexar amostras de materiais, permitindo que o usuário sinta a textura, a absorção de calor ou o tipo de material correspondente.

“O sistema permite não só identificar a cor, como também a textura do material, garantindo os aspectos de cores e os níveis de intensidade. É possível ainda anexar mostras dos materiais, o que garante uma experiência tátil mais completa. As pessoas cegas ou com baixa visão podem compreender a transição cromática de forma sensorial e identificar graduações de intensidade por meio da espessura de uma linha inferior em relevo”, explicou o pesquisador Kleison José Medeiros Leopoldino, servidor técnico da UFRN vinculado à FACISA.

A estudante de Psicologia e pesquisadora Albanizia Ferreira Campelo explica que o sistema dispensa legendas, pois permite identificar cor, intensidade e textura diretamente pelo tato.

“Pensando nesse sistema de cores, tanto como pesquisadora quanto como usuária, eu posso dizer que esse é um sistema prático de ser sentido, porque facilmente eu posso identificar a cor, a intensidade de forma mais intuitiva e a textura a que ela se refere. Então, isso é muito importante para a gente", disse.

Segundo Edson Noriyuki Ito, coordenador do grupo, a invenção está inserida no campo da acessibilidade, do design universal e da educação inclusiva.

“O sistema é aplicado para facilitar o acesso às cores e à textura durante a leitura voltada para pessoas com cegueira ou baixa visão. Também estamos desenvolvendo outras tecnologias que garantam a integração de pessoas com diversas deficiências no mundo acadêmico, laboratorial e industrial”, afirmou.

O pesquisador Isaac de Santana Bezerra acrescentou que o protótipo já foi testado: “A tecnologia já possui protótipo, tendo sido aprovada após uso por pessoas cegas, as quais garantiram ser um sistema superior a todos os outros já utilizados por parte deles.”

Ele destacou ainda que a invenção atingiu nível de maturidade TRL 7, de acordo com a escala de prontidão tecnológica.

O projeto contou com a participação de Kleison Leopoldino, Albanizia Campelo, Isaac de Santana Bezerra, Edson Noriyuki Ito, Bismarck Luiz Silva e João Marcelo Silva de Lima, em uma parceria entre a FACISA, o Laboratório de Polímeros do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro de Tecnologia (CT) e o grupo de tecnologia e educação inclusiva.

 

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