A cena política de Equador
(RN) voltou a ganhar destaque nacional com mais um desdobramento jurídico de
peso. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por decisão da Ministra Estela
Aranha, rejeitou o pedido de liminar formulado pelo Solidariedade e pelos
vereadores José Frankiney de Souza Andrade e Luiz Carlos Pereira da Silva, o
“Luiz de Jó”. A medida buscava suspender os efeitos da cassação determinada
pelo TRE/RN em razão de fraude à cota de gênero nas eleições de 2024.
Na outra frente, a
Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), em parecer emitido em Brasília, também
opinou pela manutenção integral da decisão que já vinha sendo construída desde
a 24ª Zona Eleitoral do RN: a constatação de candidaturas fictícias, usadas
apenas para cumprir formalmente a exigência legal de percentual mínimo de
mulheres. Para o Ministério Público Eleitoral, os elementos probatórios – como
votação inexpressiva, contas padronizadas e ausência de campanha real – são robustos
e configuram fraude à lei.
O MDB, que atuou como
autor da ação e investigante do caso, tem garantido vitórias sucessivas em
todas as instâncias. Patrocinado pelo advogado eleitoralista Jamysson Araújo, o
partido vem sustentando que a fraude comprometeu a legitimidade do processo
eleitoral no município, atingindo diretamente a composição da Câmara de
Equador. A estratégia tem se mostrado eficaz: até aqui, nenhum recurso do
Solidariedade logrou êxito em reverter o quadro.
Para analistas políticos,
o movimento do TSE e o posicionamento da Procuradoria-Geral Eleitoral não
apenas reforçam a tendência de manutenção da cassação, como também representam
um recado firme da Justiça Eleitoral: a fraude à cota de gênero não será
tolerada. O caso ecoa como alerta a partidos em todo o país, que precisam
compreender que “candidaturas laranjas” podem até render ganhos momentâneos,
mas invariavelmente terminam em perda de mandatos e desgaste político profundo.
A decisão, que já vinha
sendo chamada nos bastidores de “efeito dominó”, pode abrir caminho para novas
disputas internas em Equador. O MDB se fortalece como ator político central,
enquanto o Solidariedade amarga um dos maiores reveses eleitorais de sua
história local. Mais do que uma derrota judicial, o episódio se torna um marco
pedagógico na luta pela efetividade da participação feminina na política
brasileira.
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