A manhã deste domingo (21)
foi marcada por protestos em Natal contra a chamada PEC da Blindagem, aprovada
em primeiro turno pela Câmara dos Deputados na última terça-feira (16). O ato,
que reuniu movimentos sociais e partidos de esquerda, também contou com a
participação da deputada estadual Isolda Dantas (PT), que subiu o tom em sua
fala.
No discurso, Isolda
classificou a proposta como “PEC da bandidagem” e disse que a população não
aceitará anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. “Deputado não
está acima da lei. Se embora, porque a luta agora é nas ruas, nos roçados e no
parlamento”, declarou a parlamentar, em meio a aplausos de militantes.
Apesar da mobilização, o
tom adotado pela deputada chamou atenção. A fala dura, carregada de palavras de
ordem, tem sido vista nas redes como mais um aceno à militância do que uma
tentativa de diálogo amplo com a sociedade. Em um momento em que a PEC ainda
passará por novas discussões no Congresso, críticos avaliam que o radicalismo
no discurso pode afastar setores moderados que também se opõem ao projeto, mas
não se identificam com a retórica da esquerda.
Em Natal, assim como em
outras capitais do país, o ato demonstrou força de mobilização da oposição à
proposta. Contudo, especialistas alertam que, para além das ruas, será preciso
construir pontes políticas e argumentações técnicas no parlamento — algo que
discursos inflamados como o de Isolda Dantas podem dificultar.
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