quinta-feira, 14 de agosto de 2025

RN tem recorde em potência instalada em 10 anos

 


O Rio Grande do Norte registrou o maior volume de potência instalada de energia solar da série histórica (de 2015 ao segundo trimestre de 2025), alcançando 64.849 quilowatts (kW). Os dados apontam ainda que o estado atingiu 8.040 sistemas de geração distribuída (GD), o que representa 29,12% do total acumulado na última década. Para Williman Oliveira, presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper), o bom desempenho tem a ver com um maior grau de maturidade dos clientes em relação aos benefícios da energia fotovoltaica.

Os dados são do boletim de Geração Distribuída da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sedec-RN) e mostram que Natal, Mossoró e Parnamirim seguem na liderança estadual em termos de potência instalada. O presidente da Aper avalia que, além da maturidade por parte dos consumidores, os preços referentes aos custos da energia solar são um atrativo à parte. “O cliente está mais seguro no sentido de entender que o fato de ele poder gerar a própria energia é um grande negócio”, diz Oliveira.

“Esse cliente também compreende que está diminuindo os custos de variadas operações, seja em uma empresa, na indústria e na própria residência. Sem falar que os preços do setor continuam muito convidativos”, analisa em seguida. Williman Oliveira cita, contudo, que o setor ainda tem desafios a vencer para garantir maior expansão no Rio Grande do Norte. “A estrutura, de um modo geral, precisa melhorar, com linhas de transmissão interna, qualificação de transformadores para problemas como fluxo reverso, bem como uma melhor atenção para o interior do estado”, pontua o presidente da Aper.

Hugo Fonseca, secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do RN, avalia que há bons incentivos no setor, mas ainda assim reconhece que existem desafios. “Temos incentivos vinculados à compra de equipamentos com a desagregação de ICMS e ações direcionadas ao mapeamento dos setores industriais do Estado para a promoção da transição energética. Isso é importantíssimo, porque estimula a utilização de fontes renováveis em um movimento que faz parte da chamada transição energética. Nesse sentido, temos a nova lei da Indústria do Estado, que é um incentivo para que nós tenhamos produtos com menor redução de pegada de carbono”, frisa o adjunto.

Ainda sobre os desafios, Hugo Fonseca menciona as instabilidades acerca da sustentabilidade da geração distribuída no setor elétrico e a necessidade discussão da nova política energética brasileira, dentre outros pontos. “Também temos que melhorar o desenvolvimento de tecnologias que deem melhor previsibilidade ao Operador Nacional do Sistema”, pontuou.

Natal soma 9.992 kW de potência instalada

A capital potiguar é o município que lidera em potência instalada no Rio Grande do Norte, com 9.992 kW no segundo trimestre deste ano. Em seguida vem Mossoró (7.366 kW), Parnamirim (5.008 kW), Currais Novos (2.975 kW) e Caicó (2.219). Natal e Mossoró, totalizam, em conjunto, 17 MW de potência instalada, consolidando-se à frente dos demais municípios, com predominância da geração residencial na capital, onde praticamente 75% da capacidade instalada está nesse segmento.

Já em Currais Novos, a predominância é o setor comercial, com 72% da capacidade instalada. Em termos de instalação de sistemas, os destaques do segundo trimestre do ano são os seguintes: Natal (1.280 sistemas), Mossoró (1.121), Parnamirim (685), Caicó (262) e São Gonçalo do Amarante (239 sistemas instalados). Segundo o levantamento, a geração distribuída esteve presente em 163 dos 167 municípios do Rio Grande do Norte.

Todos os sistemas de geração distribuída instalados no RN no 2° trimestre deste ano são provenientes de fonte solar. O estado foi responsável pela implantação de 3,99% de todos os sistemas instalados no país, o que corresponde a 3,25% da potência total instalada. No panorama do primeiro semestre, o boletim apresenta que foram instalados 17.585 novos sistemas, totalizando 139,03 MW de potência adicionada, representando um crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2024. Atualmente, o Rio Grande do Norte conta com 103.516 sistemas conectados, com 931,69MW de capacidade instalada.

 

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