O Rio Grande do Norte registrou o maior volume de
potência instalada de energia solar da série histórica (de 2015 ao segundo
trimestre de 2025), alcançando 64.849 quilowatts (kW). Os dados apontam ainda
que o estado atingiu 8.040 sistemas de geração distribuída (GD), o que
representa 29,12% do total acumulado na última década. Para Williman Oliveira,
presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper), o bom
desempenho tem a ver com um maior grau de maturidade dos clientes em relação
aos benefícios da energia fotovoltaica.
Os dados são do boletim de Geração Distribuída da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sedec-RN) e mostram que
Natal, Mossoró e Parnamirim seguem na liderança estadual em termos de potência
instalada. O presidente da Aper avalia que, além da maturidade por parte dos
consumidores, os preços referentes aos custos da energia solar são um atrativo
à parte. “O cliente está mais seguro no sentido de entender que o fato de ele
poder gerar a própria energia é um grande negócio”, diz Oliveira.
“Esse cliente também compreende que está diminuindo
os custos de variadas operações, seja em uma empresa, na indústria e na própria
residência. Sem falar que os preços do setor continuam muito convidativos”,
analisa em seguida. Williman Oliveira cita, contudo, que o setor ainda tem
desafios a vencer para garantir maior expansão no Rio Grande do Norte. “A
estrutura, de um modo geral, precisa melhorar, com linhas de transmissão
interna, qualificação de transformadores para problemas como fluxo reverso, bem
como uma melhor atenção para o interior do estado”, pontua o presidente da
Aper.
Hugo Fonseca, secretário-adjunto de Desenvolvimento
Econômico do RN, avalia que há bons incentivos no setor, mas ainda assim
reconhece que existem desafios. “Temos incentivos vinculados à compra de
equipamentos com a desagregação de ICMS e ações direcionadas ao mapeamento dos
setores industriais do Estado para a promoção da transição energética. Isso é
importantíssimo, porque estimula a utilização de fontes renováveis em um
movimento que faz parte da chamada transição energética. Nesse sentido, temos a
nova lei da Indústria do Estado, que é um incentivo para que nós tenhamos
produtos com menor redução de pegada de carbono”, frisa o adjunto.
Ainda sobre os desafios, Hugo Fonseca menciona as
instabilidades acerca da sustentabilidade da geração distribuída no setor
elétrico e a necessidade discussão da nova política energética brasileira,
dentre outros pontos. “Também temos que melhorar o desenvolvimento de
tecnologias que deem melhor previsibilidade ao Operador Nacional do Sistema”,
pontuou.
Natal soma 9.992 kW de potência
instalada
A capital potiguar é o município que lidera em
potência instalada no Rio Grande do Norte, com 9.992 kW no segundo trimestre
deste ano. Em seguida vem Mossoró (7.366 kW), Parnamirim (5.008 kW), Currais
Novos (2.975 kW) e Caicó (2.219). Natal e Mossoró, totalizam, em conjunto, 17
MW de potência instalada, consolidando-se à frente dos demais municípios, com
predominância da geração residencial na capital, onde praticamente 75% da
capacidade instalada está nesse segmento.
Já em Currais Novos, a predominância é o setor
comercial, com 72% da capacidade instalada. Em termos de instalação de
sistemas, os destaques do segundo trimestre do ano são os seguintes: Natal
(1.280 sistemas), Mossoró (1.121), Parnamirim (685), Caicó (262) e São Gonçalo
do Amarante (239 sistemas instalados). Segundo o levantamento, a geração
distribuída esteve presente em 163 dos 167 municípios do Rio Grande do Norte.
Todos os sistemas de geração distribuída instalados
no RN no 2° trimestre deste ano são provenientes de fonte solar. O estado foi
responsável pela implantação de 3,99% de todos os sistemas instalados no país,
o que corresponde a 3,25% da potência total instalada. No panorama do primeiro
semestre, o boletim apresenta que foram instalados 17.585 novos sistemas,
totalizando 139,03 MW de potência adicionada, representando um crescimento de
26% em relação ao mesmo período de 2024. Atualmente, o Rio Grande do Norte
conta com 103.516 sistemas conectados, com 931,69MW de capacidade instalada.
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