O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o segundo
trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda de
60,2% em relação a igual período de 2024. Na comparação ao primeiro trimestre,
o resultado caiu 48,7%. As estimativas das casas consultadas pelo E-Investidor
variavam entre um lucro de R$ 4,64 bilhões e R$ 5 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla
em inglês), que mede a rentabilidade do banco, foi um dos grandes destaques
negativos, caindo 1.316 pontos porcentuais em um ano e 823 pontos porcentuais
no trimestre, para 8,4%. Nem as piores projeções indicavam um patamar nesse
nível. O Goldman Sachs, que tinha a estimativa mais negativa dentre as casas
consultadas, esperava um ROE de 10,2%.
“O ano de 2025 é de ajuste para aceleração do
crescimento. Projetamos lucro entre R$ 21 e 25 bilhões e seguimos com
investimentos estruturantes para geração de riqueza aos nossos acionistas,
oferecendo a melhor experiência e soluções mais adequadas aos nossos clientes.
Isso passa pelo relacionamento pautado pela proximidade, pelo uso intensivo de
tecnologia e capacitação permanente dos nossos funcionários”, destaca a
presidente do BB, Tarciana Medeiros.
A carteira de crédito ampliada cresceu 11,2% em um
ano, para R$ 1,294 trilhão. Na comparação trimestral, a expansão foi de 1,3%. A
alta foi puxada pela expansão de 14,7% na carteira de pessoa jurídica, para R$
468 bilhões. A carteira de pessoa física cresceu 8% em um ano, para R$ 342,6
bilhões. A carteira do agronegócio avançou 8% em 12 meses, para R$ 404,9
bilhões no segundo trimestre.
A margem financeira bruta do banco público foi de R$
25,1 bilhões, queda de 1,9% em um ano e alta de 4,9% no trimestre. A margem com
o mercado caiu 51% em um ano para R$ 2,8 bilhões, enquanto a margem com
clientes foi para R$ 22,3 bilhões, 12% acima do mesmo intervalo de 2024.
O Banco do Brasil fechou o segundo trimestre com R$
2,437 trilhões em ativos, aumento de 3,2% em relação a igual período do ano
passado.
A taxa de inadimplência da carteira de crédito do BB
ficou em 4,21% no segundo trimestre deste ano, de 3% em igual período de 2024,
e 3,86% no primeiro trimestre de 2025. Os números consideram os atrasos acima
de 90 dias.
O banco divulgou também uma inadimplência para
atrasos acima de 30 dias, que ficou em 5,92% no segundo trimestre, de 5,53% no
primeiro período do ano.
Na carteira de crédito destinada a pessoas físicas,
a inadimplência fechou junho em 5,59%, ante de 4,81% há 12 meses. A carteira de
pessoas jurídicas tinha inadimplência de 4,18% ao final do segundo trimestre,
de 3,38% em junho de 2024.
Já a carteira destinada ao agronegócio, o índice de
inadimplência estava em 3,49% ao fim do segundo trimestre, de 1,32% há um ano e
3,04% em março de 2025. O agro é um dos principais pontos que tem levantado
preocupações no mercado. O setor agora enfrenta alta na inadimplência e nos
pedidos de recuperação judicial.
Estadão
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