O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimiza
a importância das pesquisas de opinião em suas declarações públicas. Enquanto
isso, o Planalto subutiliza um contrato que a Secom (Secretaria de Comunicação
Social) tem com a Nexus, empresa do grupo FSB, para realizar levantamentos para
o Executivo.
O contrato é de R$ 11,9 milhões anuais, mas o pagamento
depende das demandas do Planalto. Ou seja, só há pagamento quando há demanda.
Em 2023 e 2024, o Executivo passou longe de usar o limite contratado:
2023 – executou 58% do contrato (R$ 6,9 milhões);
2024 – executou 67% do contrato (R$ 8 milhões),
sendo que R$ 2 milhões foram pagos só neste ano.
De acordo com o documento, a contratada pode fazer
pesquisas presenciais ou por telefone. Devem ser realizadas em território
nacional. A empresa deve executar planejamento, elaboração de questionários,
coleta e análise de dados e apresentação dos resultados e análises de
informações estratégicas ao governo.
O governo pode demandar até 78.148 entrevistas
presenciais e 72.000 telefônicas por ano. A cada pesquisa, centenas ou milhares
são feitas. Na pesquisaPoderData divulgada em 29 de janeiro, por exemplo, foram
feitas 2.500 entrevistas por telefone.
A Secom pagou ao menos 51 notas fiscais de 2023 a
2025. Foram realizados 40 levantamentos por telefone. Não há acesso aos
questionários.
A baixa demanda teria sido um dos motivos para
trocar Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secom. É comum que políticos (e
governos) façam estes levantamentos para medir a avaliação popular sobre as
ações do governo.
Os questionários são considerados “documentos
preparatórios” e não são públicos.
“Por se tratar de documento preparatório, nos termos
do art. 20, Decreto nº 7.724 de 2012, que regulamenta a Lei de Acesso à
Informação, e em consonância com o Parecer n°. 1376/2023/CGRAI/DIRAI/SNAI/CGU,
os questionários somente poderão ser disponibilizados ao final do mandato
presidencial“, afirmou a Secom em resposta a este jornal digital.
Lula e popularidade
O presidente apresentou um conjunto de propostas que
devem injetar ao menos R$ 30,7 bilhões na economia do país até 2026. O objetivo
é melhorar a sensação de bem-estar da população e reverter a queda abrupta de
popularidade registrada nos últimos meses. A estratégia antagoniza com a
política do Banco Central de elevar os juros para reduzir o ritmo econômico.
A busca de Lula por propostas que injetem dinheiro
diretamente na economia é uma estratégia para recuperar sua popularidade, visto
que a desaprovação da gestão petista caiu nos últimos meses. Pesquisa do
PoderData divulgada em 29 de janeiro mostra que 40% avaliam o governo como
ruim/péssimo.
Poder 360
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