O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates falou
sobre a demissão da companhia em entrevista à revista Veja. Prates deu detalhes
inéditos sobre o processo de sua queda à frente da companhia, sugere fritura,
lamenta crises “que continuam sendo fabricadas diretamente do núcleo duro do
governo Lula” e os arrependimentos que colecionou durante sua
gestão. “Ingenuamente, joguei um jogo visando o meu desgaste”,
revelou.
Ao ser questionado sobre o que levou à sua saída da
Petrobras, Jean falou: “Foram meses de surra. Uma verdadeira hiperatividade
de vazamentos falsos ao presidente. Me provocavam. Eu não era o criador do
conflito, eu estava administrando a empresa e defendendo a gestão que eu
acreditava ser tecnicamente correta”.
Jean também disse que não esperava ser demitido: “Não,
nunca imaginei. Em dezembro de 2023, o presidente me disse que eu estava
fazendo meu papel. Eu era incentivado a trazer contrapontos. Em maio, eu caí.
Ingenuamente, eu não vi que esse era um jogo visando o meu desgaste. Esse
expediente ainda está sendo usado contra outros ministros”.
Ele também afirmou que não achou justa a
saída: “Me considero injustiçado e isso não tem a ver com ela. Magda é
uma profissional capaz. Torço para que ela consiga fazer uma boa gestão,
principalmente onde eu falhei, que é conciliar interesses de pessoas que querem
mandar na Petrobras e que são capazes de fazer com ela o que fizeram comigo.”
Para Jean, outros ministros também estão sendo alvo
de fritura dentro do governo Lula: “O ministro Fernando Haddad,
principalmente. Mas outros também, como o ministro Wellington Dias. Quem teve a
ideia genial, diante da percepção de uma inflação de alimentos, em vez de
convocar uma reunião privada de ministros, convocar uma reunião pública para
dizer que iria tomar providências? Desde quando é positivo ver o presidente
admoestando publicamente um ministro que ele indicou? Isso não faz sentido
nenhum. Tem alguma coisa muito errada.”
Segundo Jean Paul, o prejuízo líquido de 17 bilhões
de reais da Petrobras no quarto trimestre de 2024 não é fruto da nova política
de preços dos combustíveis, mas uma combinação de fatores, como desvalorização
cambial e queda na produção, mas que poderiam ser mitigadas pela gestão de sua
sucessora, Magda Chambriard.
Com informações de Radar Econômico –
Veja
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