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domingo, 2 de fevereiro de 2025

TANGARAENSE - Editorial O Globo: Ligações indesejadas e golpes por celular viraram transtorno insuportável

 


Qualquer um que tenha linha telefônica já passou pelo dissabor de receber uma profusão de ligações indesejadas. Não resta muita saída, a não ser indignar-se, não atender ou desligar o aparelho. A própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reconheceu o tamanho do problema, ao apontar que mais de 1 bilhão de chamadas de telemarketing abusivo foram recebidas mensalmente pelos brasileiros entre junho de 2022 e dezembro de 2024.

O telemarketing abusivo acontece quando uma empresa faz mais de 100 mil chamadas por dia usando robôs. Elas costumam durar em torno de seis segundos e são encerradas quando não há resposta imediata. Se o usuário atende, é transferido a uma central que lhe oferecerá algum produto ou serviço que não pediu.

A Anatel diz que, desde junho de 2022, quando entraram em vigor medidas mais duras, 178,7 bilhões de chamadas abusivas foram bloqueadas, e apenas 15% continuam chegando aos consumidores. Afirma também ter bloqueado 1.041 usuários de telecomunicações e aplicado R$ 32 milhões em multas, com base em 24 processos administrativos.

A despeito do bilhão de ligações indesejadas, o telemarketing abusivo não é o problema mais grave. A maior praga que atormenta usuários de telefones são as chamadas feitas por estelionatários. É uma questão ainda mais desafiadora, por envolver o crime organizado. Ligações acontecem o tempo todo. Há consumidores que recebem uma média de dez por dia.

Os criminosos são tão bem articulados que chegam a forjar o número das centrais de atendimento dos grandes bancos, levando o usuário a acreditar falar com uma empresa idônea. Também simulam ligações das assistentes virtuais para comunicar saques ou Pix indevidos — tudo falso, obviamente. Se quem atende recusa a chamada, o telefone passa a tocar em intervalos de dez ou 15 minutos, numa cadência infernal. Não adianta bloquear os números. A cada ligação, surge um diferente.

Parte dessas ligações é feita de dentro dos presídios — onde celulares deveriam ser barrados —por criminosos que deveriam estar afastados do convívio social. Outra aberração. Há casos também em que são geradas a partir de centrais clandestinas, vez por outra estouradas pela polícia.

Não é possível deixar o usuário ao deus-dará. Se ele atende à ligação de um número desconhecido, corre o risco de cair num golpe, amargando prejuízos colossais. Se não atende, pode perder uma chamada importante. Não é o consumidor que tem de resolver esse dilema, mas as autoridades. O celular é um recurso tecnológico indispensável, não pode se tornar um estorvo.

Editorial O Globo

 

 

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