ENTRE COLUNA

ENTRE COLUNA

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

TANGARAENSE - Com inflação em alta, natalenses vão à feira em busca de preços mais baixos



O médico radiologista Luiz Ferreira vai à Feira do Carrasco, nas Quintas, bairro da zona Oeste de Natal, uma vez por semana para comprar peixe, feijão e verdura. A variedade que ele consegue encontrar é uma das razões pelas quais costuma trocar as compras no supermercado pelo ambiente da feira livre. Mas não é apenas isso: a inflação dos alimentos, que tem provocado a disparada de diversos itens da cesta básica, também influenciou na escolha de Luiz nos últimos meses. “Aqui a gente encontra produtos mais compatíveis com a nossa realidade financeira”, afirmou o médico enquanto fazia as compras na manhã desta quarta-feira (19) na Feira do Carrasco.

E ele não está sozinho nessa escolha. A secretária Márcia Maria conta que, em tempos de carestia, como se observa atualmente nas prateleiras, não há como escapar dos preços elevados. No entanto, segundo ela, as compras na feira ajudam a aliviar um pouco a pressão no bolso no final do mês. “Está tudo caro em todo lugar, mas na feira eu encontro preços melhores. Minha estratégia é comprar [na feira] produtos como frutas, feijão, batata e macaxeira, porque, além da qualidade superior, têm preço melhor do que os do supermercado”, diz a secretária.

José Maria é servidor público municipal. Ele afirma que frutas e feijão são os produtos que encabeçam a lista de compras na feira. “Prefiro comprar aqui, apesar de que tudo está caro, no supermercado ou em qualquer outro lugar”, comenta. O radiologista Luiz Ferreira revela que é preciso analisar bem para ver onde vale mais a pena comprar, mas admite que, para alguns itens, a feira é, sem dúvida, a melhor opção. “Hoje o que me leva a um supermercado é a questão da higiene dos itens alimentícios, que acho melhor. Mas, quando eu quero algo mais em conta, penso logo na feira, mesmo que por aqui itens como verdura e carne também estejam bastante salgados”, relata.

Quem é feirante também confirma que os produtos estão custando mais, inclusive nesse ambiente. Isso tem impactado os comerciantes e gerado redução de faturamento. É o caso de Graça Ribeiro, que vende frango na Feira do Carrasco. “Nos últimos tempos, tenho sentido uma queda de 20% nas vendas”, pontua. A redução, segundo ela, está diretamente liga ao preço do produto. “Por conta do ovo, que subiu muito de valor, a galinha está mais cara – estou comprando com acréscimo de de R$ 2 a R$ 3 por unidade, em média. E a gente precisa repassar esse custo ao cliente, para não ficar no prejuízo”, explica Graça, que trabalha na Feira do Carrasco há 25 anos.

Maike Saoares, que tem uma banca de folhas e hortaliças, descreve que os produtos tiveram um aumento de cerca de 50% nos últimos dias, valor que precisa ser repassado para os consumidores de alguma forma. “Para amenizar a situação, a gente faz algumas promoções, mas nem sempre isso é possível. Os clientes chegam aqui reclamando que no supermercado está caro e que, por isso, eles vêm para cá. Mas a verdade é que o nosso movimento hoje também é muito fraco”, pontua Soares.

Samarone dos Santos começou a vender carne e outros itens na Feira do Carrasco há dois meses. Mesmo sem um parâmetro maior, ele diz considerar o movimento atual baixo, por conta dos preços dos alimentos. “Falta dinheiro para tanta coisa cara”, diz ao justificar o fluxo de clientes. Uma análise feita pela reportagem com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, aponta que praticamente todos os produtos citados nesta reportagem registraram aumento de preço nos últimos meses.

As carnes acumularam alta de 21,17% no período de 12 meses finalizado em janeiro passado, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Outros itens, como as frutas, acumularam alta de 7,12% no recorte de 12 meses encerrado em janeiro. No mesmo período, o frango subiu 10,32%. Já os legumes, hortaliças e verduras não registraram alta no acumulado, mas tiveram variação positiva se levado em conta o recorte do mês passado (nesse caso, a alta foi de 8,19% para os legumes e de 0,63% para hortaliças e verduras) na comparação com o mês anterior (dezembro de 2024).

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CAMPESTRENSE - A Patrulha Maria da Penha esteve na cidade de São José do Campestre, onde, em parceria com o comandante do DPM local e a guarnição de serviço, realizou uma ação educativa de combate à Importunação Sexual

  A Patrulha Maria da Penha esteve na cidade de São José do Campestre, onde, em parceria com o comandante do DPM local e a guarnição de serv...