A Polícia Federal, em conjunto com a Receita
Federal, deflagrou hoje a Operação Pleonexia, com o objetivo de desarticular
uma organização criminosa especializada em crimes contra o sistema financeiro
nacional e lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações da PF, a maior parte
dos valores captados no esquema criminoso era desviada para a aquisição
de imóveis, veículos de alto padrão, joias e outros itens de luxo pelos
investigados. O montante ilícito movimentado ultrapassa R$ 151 milhões.
Ao todo, são cumpridos um mandado de prisão
preventiva e 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal/RN,
Barueri/SP e Goiânia/GO, expedidos pela 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do
Rio Grande do Norte. A ação envolve 52 policiais federais e 12 servidores da
Receita Federal.
De acordo com as investigações da PF, a empresa
investigada, que possui escritórios em Natal/RN e Barueri/SP, promovia a
captação de recursos de investidores sob a promessa de rendimentos muito acima
dos praticados no mercado, supostamente obtidos por meio da comercialização de
créditos de energia solar.
O grupo atraía pessoas de diversas regiões do país,
comprometendo-se a pagar um rendimento mensal entre 4% e 5% — o que se revelou
insustentável e com fortes indícios de fraude.
No portfólio dirigido aos potenciais investidores, a
empresa divulgava a existência de onze usinas de energia solar, com capacidade
de geração de 1.266.720 kWh/mês, no entanto, a investigação revelou a
existência de apenas uma usina efetivamente conectada à rede da distribuidora
de energia local, tendo gerado somente 28.325 kWh.
Ademais, segundo a Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, a empresa investigada não é titular de nenhum empreendimento
de geração de energia regular e não tem pedido de outorga em tramitação em seu
nome. Pesquisa realizada perante a Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE) apontou que a empresa não figura no rol de associados da
entidade, condição para negociar energia elétrica no Ambiente de Contratação
Livre, conforme as normas setoriais.
As investigações demonstraram ainda que a maior
parte dos valores captados era desviada para a aquisição de imóveis, veículos
de alto padrão, joias e outros itens de luxo pelos investigados. O montante
ilícito movimentado ultrapassa R$ 151 milhões, com recursos provenientes de
aproximadamente 6.300 pessoas, distribuídas em 732 municípios brasileiros.
Diante das evidências, a Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de cerca
de R$ 244 milhões em bens dos envolvidos, visando ao ressarcimento das
potenciais vítimas e ao pagamento de multas e custas processuais.
A investigação ainda constatou que o líder da
organização criminosa, preso preventivamente hoje, já possui condenação por
tráfico internacional de drogas e responde a processos por estelionato, crime
contra a economia popular e lavagem de dinheiro, em razão de um golpe
supostamente praticado em 2021, envolvendo a captação fraudulenta de recursos
por meio de uma plataforma de apostas esportivas.
Diante de seu passado criminoso, o investigado
ocultou sua atuação na empresa, valendo-se de terceiros para divulgar nas
mídias a falsa oportunidade de investimento e celebrar os contratos fraudulentos.
A operação
O termo “Pleonexia”, que nomeia a operação, tem
origem grega e significa “ganância excessiva” ou “ambição desmedida”,
evidenciando o objetivo do grupo de auferir vantagens financeiras ilícitas em
prejuízo de milhares de investidores.
Diante do elevado número de pessoas que celebraram contratos de investimento
com a ALPHA ENERGY CAPITAL e da abrangência territorial da ação criminosa, a
Polícia Federal disponibiliza o link abaixo para o registro de comunicação
online dos crimes financeiros apurados na Operação Pleonexia, com vistas a
identificar todas as vítimas, quantificar os valores investidos e os prejuízos
sofridos para, ao final, definir o valor do dano a ser reparado.
Portal 98
Nenhum comentário:
Postar um comentário