Toneladas de resíduos contaminados com petróleo são
produzidas todos os dias, principalmente por atividades como exploração,
refino, transporte, armazenamento e acidentes ambientais, além de indústrias
petroquímicas que utilizam derivados como gasolina e óleo diesel.
O material representa um enorme desafio ambiental
devido à toxicidade e à dificuldade de tratamento para o descarte correto.
Métodos tradicionais são caros e pouco eficazes, mas a biorremediação, que usa
microrganismos para degradar poluentes, surge como uma alternativa mais barata,
eficiente e ambientalmente correta.
Pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular e
Genômica (LBMG) do Centro de Biociências (CB/UFRN) desenvolveram uma solução
inovadora e acessível para lidar com resíduos industriais oleosos. A análise
identificou que um consórcio de microrganismos chamado MC1 pode degradar
resíduos de petróleo de maneira rápida e eficiente, superando outras
tecnologias disponíveis.
O consórcio MC1 é formado por quatro espécies de
bactérias que trabalham juntas. Em laboratório, conseguiu eliminar quase
totalmente os hidrocarbonetos em apenas uma semana. O período é muito mais
rápido do que as técnicas disponíveis, como o tratamento biológico tradicional,
que podem demorar de 30 a 90 dias para resultados significativos. “O que faz o
MC1 ser tão eficaz é a capacidade de as bactérias trabalharem em equipe e se
adaptarem às condições do ambiente. Essa descoberta pode revolucionar o
tratamento de resíduos industriais,” explicou a pesquisadora responsável pelo
estudo, professora Lucymara Fassarella, do CB.
Além de eficiente, o MC1 é flexível: pode ser
aplicado em diferentes ambientes e condições. Testes com até 200 litros de
resíduos oleosos mostraram que o consórcio funciona bem e pode ser usado em
situações práticas, como no tratamento de resíduos industriais ou de áreas
impactadas por derramamentos de petróleo.
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