Em 2024, o Brasil bateu recorde de novas instalações
de sistemas de energia solar em apenas um único ano, segundo relatório da
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Pelos cálculos
da entidade, foram adicionados na matriz energética 14,3 gigawatts (GW) em
2024, o que fez com que o País atingisse 52,2 GW de potência operacional de
fonte solar acumulada.
A evolução reflete o avanço de 30% nos investimentos
realizados no ano passado frente a 2023, que totalizaram R$ 54,9 bilhões. A
conta soma desde pequenas instalações para consumo próprio em telhados,
fachadas e pequenos terrenos, até grandes usinas.
O avanço de 14,3 GW superou as expectativas da
entidade, que projetava incremento de 9,3 GW no ano passado. Antes de 2024, o
ano que apresentou a maior evolução foi 2023, com 12,47 GW de incremento em
relação a 2022. Para este ano, a estimativa da entidade é de um avanço de 12,5
GW, o que, se concretizado, fará com que essa matriz energética chegue a 64,7
GW.
Quem puxou a alta de 2024 foi a geração distribuída,
com acréscimo de 8,7 GW em relação a 2023. A GD, ou geração descentralizada, é
aquela em que uma pessoa ou empresa instala placas fotovoltaicas nos telhados
de suas casas, fachadas, garagens, tetos de estabelecimentos comerciais e
outros. No geral, é feita para baratear a conta de energia elétrica.
Já a geração centralizada somou 5,7 GW ao sistema.
Ela é produzida por grandes usinas em enormes telhados, campos ou até em
represas. Na maior parte das vezes são montadas para fins de comercialização de
energia, ou abastecimento de grandes plantas fabris.
Pelos cálculos da associação, o Brasil possui mais
de 3,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede em operação.
Esse montante beneficia 4,6 milhões de unidades consumidoras, já que a energia
gerada em um sistema pode atender a mais de um ponto por meio de créditos
gerados na rede.
PELOS ESTADOS. Dos 52,2 GW, 67,3% são de geração
distribuída (35 GW), enquanto a geração centralizada responde por 32,7% do
total (17,2 GW). A fonte solar no Brasil responde por 21,3% da matriz
energética nacional, ficando atrás só da hidrelétrica. Ainda segundo a Absolar,
as grandes usinas operam em 26 Estados brasileiros.
Apesar de considerar como positiva a evolução,
principalmente por se tratar de projetos para acelerar a descarbonização no
Brasil, Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Absolar,
afirma que há ainda muito espaço para crescimento e que o aproveitamento do
potencial solar no País é muito pequeno.
“Há mais de 93,2 milhões de consumidores de energia
elétrica no País, porém, atualmente, menos de 5% faz uso do sol para gerar
eletricidade. A título de comparação, na Austrália, esse número ultrapassa
33%”, diz o executivo.
Estadão Conteúdo
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