O pé de frango, que por muito tempo foi visto como
um item desprezível, hoje figura como uma iguaria de alto valor.
Em açougues de Goiás, o quilo do produto já chega a custar quase R$ 15,
superando até cortes nobres como coxa, sobrecoxa e peito de frango.
Razões do aumento
A alta no preço está diretamente ligada à descoberta dos benefícios do pé de
frango para a saúde.
Rico em colágeno, o corte passou a ser altamente procurado, especialmente por
mulheres interessadas em fortalecer ossos, rejuvenescer a pele e melhorar a
elasticidade.
Com o reconhecimento desses benefícios, a demanda cresceu não só no Brasil, mas
também em países como China e Japão, que lideram as importações. Atualmente, a
tonelada do produto é exportada por US$ 2.700.
O pé de galinha é emblemático. À exceção de alguma demanda em Minas Gerais ou
como fonte de colágeno para sopas, esse corte é quase todo embarcado para a
Ásia.
Vendido no Brasil, alcança cerca de 30 centavos de dólar o quilo. Já os
chineses se dispõem a pagar de 3 a 4 dólares pelo quilo, o dobro do que pagam
pelo peito de frango.
Até a pandemia, eles importavam mais o pé de galinha "Tipo A", ou
premium. De lá para cá, contudo, arrematam praticamente todos os estoques
disponíveis, mesmo os cortes imperfeitos ou danificados.
“Nós produzimos mais de 12 bilhões de pé de frango por ano. O pé tem um valor
muito grande, ele inclusive ajuda a dar equilíbrio econômico-financeiro para as
empresas. Ajuda a amenizar o custo de produção e a ter um frango mais barato
para o brasileiro”, explica Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira
de Proteína Animal (ABPA).
Impactos para os consumidores
Com o aumento do valor, o pé de frango deixou de ser um item acessível para
famílias de baixa renda, que antes o incluíam como alternativa econômica na
cesta básica.
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