O tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento à
Polícia Federal por cerca de duas horas na quinta-feira (5) para esclarecer
informações sobre a alegação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia
de um plano para matar Lula, Alckmin e Moraes.
A informação é do g1. A intimação
aconteceu após o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, confirmar essa informação
em entrevista ao Estúdio i.
"Na verdade, o presidente da época sabia de
tudo, ele comandava essa organização", afirmou Bittencourt, ao ser questionado
sobre o plano.
No entanto, o advogado posteriormente recuou e disse
que não se referia a um "plano de morte". “Alguma coisa,
evidentemente, ele tinha conhecimento, mas o que é um plano? O plano tem um
desenvolvimento muito grande”, explicou.
O objetivo da nova oitiva foi esclarecer o motivo
pelo qual Cid não mencionou essa alegação ao prestar depoimento ao ministro do
STF, Alexandre de Moraes.
Ao todo, Cid já foi ouvido mais de 10 vezes durante
as investigações sobre possíveis irregularidades cometidas durante a gestão
Bolsonaro.
Na nova oitiva, segundo relatos de quem acompanha as
investigações, Cid esclareceu que seu advogado teria se confundido. Que quando
Bittencourt afirmou que Bolsonaro sabia do plano, ele se referia a tratativas
para minuta e não a um plano de execução - o que o próprio Cid nega ter
conhecimento.
O tenente-coronel sempre enfatiza que o
ex-presidente discutia a minuta do golpe "dentro das quatro linhas".
As evidências encontradas no celular de Cid já
haviam levado a PF a concluir que Bolsonaro sabia da existência da minuta,
pediu e fez ajustes em seu conteúdo. A investigação resultou no indiciamento do
ex-presidente por ter "domínio dos atos" e "plena consciência e
participação ativa" nas ações clandestinas promovidas pelo grupo.
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