A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo
de Natal (Semurb) vai promover, nos próximos dias, o ordenamento das áreas da
engorda de Ponta Negra já liberadas para uso com vistas à atuação de
ambulantes, locadores e quiosqueiros. Já neste final de semana, a pasta irá aos
locais fazer a redemarcação do espaço público, com base no plano de
reordenamento de 2016, bem como na portaria 031, publicada em junho deste ano,
os quais preveem, dentre outros pontos, medidas como um limite para
distribuição de mesas, cadeiras e guarda-sóis na areia da praia.
Leonardo Almeida, supervisor geral de fiscalização
ambiental da Semurb, explica que as normas estabelecidas são as mesmas que já
estão em voga para o restante da praia e que cabe à Secretaria reorganizar os
novos espaços liberados – cerca de 1,35 km até o momento, conforme a Secretaria
de Infraestutura, de acordo com as regras. Segundo ele, a circulação de
ambulantes por toda a área é permitida, desde que o cadastro desses
trabalhadores esteja atualizado junto à Secretaria. “Para comprovar essa
atualização, eles precisam transitar com crachá de identificação. Quem estiver
sem o documento, será autuado e convidado a sair da praia”, afirma.
“Fiscais da
Semurb vão retornar neste sábado [9] e domingo [10] para reorganizar os
locadores e quiosqueiros aptos a terem um processo de regularização transitória
do espaço público. Já fizemos a atualização do cadastro desse pessoal e agora
vamos abrir um processo individualizado para cada um. Eles terão que cumprir
todas as regras do Plano de 2016 e também da portaria e pagar pelo uso do
espaço, conforme disposição das normas em um termo de compromisso”,
complementou Almeida.
As regras de reordenamento de Ponta Negra para uso
da faixa de areia pelos quiosqueiros e locadores estabelece os padrões A, B, C
e D para o uso de guarda-sóis. Aqueles com permissão anterior a 2016 junto à
Semurb podem optar pelo padrão máximo (A), que permite a distribuição de 12 guarda-sóis
dispostos em três fileiras. Os locadores cadastrados entre 2016 e 2021 poderão
ser regularizados nos padrões B (9 guarda-sóis), C (6 guarda-sóis) ou D (4
guarda-sóis). Cada guarda-sol pode abrigar até 2 mesas e 6 cadeiras.
“A redemarcação é necessária porque foi instalado um
dissipador de drenagem em uma área destinada para locadores e quiosqueiros.
Então, essa região não vai mais poder ser utilizada e, por isso, é preciso essa
reorganização”, diz Almeida. Segundo ele, após o recadastramento, haverá uma
formalização dos processos administrativos, onde constam toda a documentação e
comprovantes de pagamento de uso do espaço, conforme determinado pela portaria.
Após a redemarcação, os locadores e quiosqueiros
serão convocados pela Semurb para tomar ciência oficialmente das regras.
Somente após isso, haverá fiscalizações nas áreas recém-liberadas para exigir
que as normas sejam cumpridas. “No entanto, se a fiscalização encontrar algum
ambulante circulando na área sem autorização, ele já será notificado”, alerta
Leonardo Almeida. A TRIBUNA DO NORTE esteve na região na manhã desta
quarta-feira (6) e conversou com dois desses trabalhadores.
Raniere Ruvio comemora as mudanças trazidas pela
engorda e diz que o ordenamento da área é importante para nós que trabalhamos
na orla. “Sou cadastrado e acho essa medida da Prefeitura, de organizar a
praia, uma iniciativa muito boa. Tem que cadastrar e fiscalizar para deixar
tudo bem arrumado”, disse ele, que vende toalhas. Lucimário Henrique, vendedor
de bolsas e chapéus, também defende que haja a regularização de todos os
ambulantes.
“A faixa de areia está maior, cabe todo mundo que é
cadastrado, então, o ambiente aqui está tranquilo. Acredito que quem não é
[cadastrado] vai respeitar e se organizar para ir a outro lugar”, falou. Os
visitantes também defendem que haja o controle da orla. O empresário Guilherme
Alves disse que não se incomoda com a presença dos ambulantes, mas aponta que é
preciso disciplinar a atuação dos profissionais para garantir aos banhistas um
melhor uso da praia. “Os ambulantes estão fazendo o trabalho deles, mas creio
que são necessárias algumas regras, como delimitar um número deles por
perímetro da praia para evitar que fiquem todos em um único local”, afirmou.
O engenheiro civil Juliano Caparelli também sugere
que apostar na organização da praia é importante para trabalhadores e
frequentadores. “Cheguei por volta das 9h de hoje [quarta-feira]. Achei o
número de ambulantes muito tranquilo. Creio que ter um local específico para as
pessoas comercializarem seus produtos seria bom, inclusive, para quem vende.
Mas, fora isso, está tudo certo. Minha esposa, por exemplo, comprou um chapéu a
ambulante e adorou”, disse ele, que veio de Minas Gerais para Natal em lua de
mel.
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