s. abreu

s. abreu

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

TANGARAENSES - Combate ao analfabetismo ainda é um desafio no Rio Grande do Norte

 


Em um intervalo de 30 anos, o RN reduziu em 21% o número de analfabetos, ou seja, aquelas pessoas que ainda não sabem ler e nem escrever. Segundo o Censo Demográfico , divulgado pelo IBGE, o estado apresentou uma taxa de alfabetização de 86,14% entre a população de 15 anos ou mais em 2022 e uma taxa de analfabetismo de 13,86%, o que ainda se apresenta como desafio para a educação estadual.

O assunto ganha destaque uma vez que o Dia Nacional da Alfabetização foi comemorado nesta quinta-feira (14). A doutora em educação e professora da UFRN, Letícia Carvalho, explica que quando se fala em alfabetização, é preciso pensar em 2 grupos distintos: as crianças que estão no 2º ano do Ensino Fundamental e os Jovens e Adultos que não foram alfabetizados na idade certa. Para ela, ainda há reflexos da pandemia da covid-19, que interferiu diretamente nas atividades educacionais, prejudicando o aprendizado dos alunos.

“Há indicadores nacionais, como o Criança Alfabetizada, que apontam, por exemplo, que em 2023, 56% das crianças do 2º ano podiam ser consideradas alfabetizadas, segundo os parâmetros estabelecidos. Para esse ano de 2024 a meta é de 60%, o que demonstra que temos um grande desafio educacional pela frente”, avalia a professora.

Os dados do RN indicam que esse número é de 37% das crianças alfabetizadas, definido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para o 2º ano do ensino fundamental. Apesar dos avanços, letícia Carvalho ressalta que os dados das avaliações em larga escala sinalizam que há outros aspectos a serem pensados, como a segurança alimentar.

“Como aprender sem realizar refeições adequadas? Vimos inclusive situações de crianças que desmaiaram na escola por falta de comida. Posso afirmar: enquanto não pesarmos a educação de forma orgânica, alinhada aos outros direitos sociais, o analfabetismo sempre será uma realidade”, pontua.

Ela destaca que, no dia da Alfabetização, a discussão poderia girar em torno da alfabetização tecnológica, por exemplo, mas o país ainda tenta alfabetizar jovens e adultos desconsiderando a cultura social de referência desses sujeitos. O RN tem uma taxa de alfabetização superior aos estados do Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Alagoas. Esse índice vem aumentando ao longo dos anos. No Censo de 1991, o RN alcançou a taxa de 65,1% da população alfabetizada. Na medição do ano 2000 a taxa era de 76,2% e em 2010, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), 82,2%. Em um intervalo de 30 anos, o RN reduziu 21% no número de analfabetos.

Para Letícia, ações como a Política Territorial de Alfabetização de Crianças revelam a preocupação, ao passo que a Educação de Jovens e Adultos foi negligenciada no que se refere à Base Nacional Comum. “A favor de quem e a favor de quê ainda existem pessoas não alfabetizadas no Brasil? Quem ganha com a ignorância do povo? Que acesso as crianças brasileiras têm a livros literários em suas casas? Fica a reflexão, nesse dia tão importante”, sugere.

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SANTA CRUZ - Paciente que caiu de cavalo espera há dois dias por leito de UTI no Hospital Walfredo Gurgel

  Há dois dias, Rogério Soares, de 34 anos, aguarda por um leito de UTI nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. Ele sofreu uma...