Felipe Salustino
Repórter
Os imóveis em todo o Brasil registraram alta nos
preços de 0,60% em outubro de 2024, de acordo com o Índice FipeZAP de Venda
Residencial, divulgado pelo DataZAP. Em 12 meses, a alta foi de 7,22%, a maior
variação acumulada desde o período finalizado em novembro de 2014. Neste
recorte, das 10 capitais brasileiras com maior valorização, cinco são do
Nordeste: João Pessoa (PB), com aumento de 16,83%; Salvador, com 13,57%; São
Luís, que registrou alta de 12,39%; Aracaju, com aumento de 10,07%; e Natal,
que teve alta de 9,83% no recorte que compreende os meses entre outubro de 2023
e outubro de 2024.
Além do Nordeste, o índice é composto pelos dados
das capitais de outros 13 estados. No ranking geral, Natal ocupa, portanto, a
oitava posição no acumulado de 12 meses. Fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE
indicam que a capital potiguar vive um momento de valorização imobiliária que
tende a se manter ainda mais expressivo em 2025. Para Renato Gomes Netto,
presidente do Sindicato de Habitação do RN (Secovi), os dados apontam para uma
cenário que vem sendo observado no mercado natalense a partir de outros
indicadores: o de retomada do setor após a revisão do Plano Diretor.
“O engessamento do plano anterior travou o mercado,
que passou a registrar vendas, praticamente, apenas de imóveis prontos. E isso
atrapalha o crescimento de qualquer setor, porque os preços estavam muito
defasados. Nossa perspectiva é a de que continue havendo uma valorização, numa
tentativa de equilibrar com cidades do nosso porte e recuperar a margem perdida
para capitais como João Pessoa, Maceió e Aracaju. Sentimos essa valorização a
cada dia, com novos players chegando a Natal. A cidade vive um momento de
desenvolvimento e a tendência é de que os preços sigam se valorizando”,
analisa.
Ricardo Abreu, da Abreu Imóveis, concorda. Ele diz
que o surgimento de novos empreendimentos contribuiu para a valorização já
notada atualmente. “O advento do novo Plano Diretor mexeu com o mercado. Natal
começou a ser vista novamente como um cenário promissor. À medida que o plano
vai acontecendo, a gente pode ver com mais nitidez essa valorização”, afirma.
Para 2025, Abreu aposta em um cenário onde os imóveis estejam cada vez mais
valorizados, levando em conta alguns bairros que têm performado bem nesse
cenário.
“Bairros como Lagoa Nova, Capim Macio e Ponta Negra
(após o projeto de engorda) vão crescer tanto quanto vem crescendo hoje Tirol e
Petrópolis”, aponta Abreu, que é membro do Conselho Regional de Corretores de
Imóveis (Creci-RN). Caio Fernandes, da Imobiliária Caio Fernandes, avalia que
Natal viveu uma forte estagnação do setor entre os anos de 2010 e 2015, ao
contrário de João Pessoa e Fortaleza, nossos vizinhos. A capital paraibana,
inclusive, é a primeira do País com maior crescimento do Índice FipeZAP de
Venda Residencial em 12 meses.
Com a retomada do mercado potiguar após o Plano
Diretor, os preços dos imóveis ainda não atingiram o ápice em Natal, o que
indica que haverá maior valorização no próximo ano, na avaliação de Fernandes.
“A tendência do metro quadrado por aqui é chegar aos R$ 11 mil ou R$ 12 mil
para empreendimentos de alto padrão. Imóveis de menor porte, cujo metro hoje se
encontra na casa dos R$ 6 mil, deverão aumentar para cerca de R$ 8,5 mil”,
projeto Caio Fernandes.
Para quem pretende investir mas ainda quer
aproveitar preços em conta, segundo Renato Gomes Netto, do Secovi, o momento de
fazer aplicações é agora. “Falamos para os clientes que buscam imóveis
exatamente isso: este é o momento de comprar porque, não é que os
empreendimentos irão ficar caros, mas é que eles ainda estão com preços muito
abaixo do mercado”, detalha. Além do acumulado em 12 meses, Natal registrou
alta de 8,49% no acumulado de 2024, entre janeiro e outubro, segundo o Índice
FipeZAP. Com isso, a cidade ficou em sexto lugar no Nordeste, dentre as capitais
da região com maior valorização de imóveis no período. O ranking geral do
indicador é composto por 22 capitais brasileiras (confira dados no quadro ao
lado).
O Nordeste brasileiro tem sido destaque no setor. De
acordo com dados apresentados no webinar “Expectativas do Mercado Imobiliário
na Região Nordeste do Brasil”, uma iniciativa da Associação Brasileira de
Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Brain Inteligência
Estratégica, durante o primeiro trimestre de 2024, as nove capitais da região
alcançaram um Valor Geral de vendas (VGV) de aproximadamente R$ 6,6 bilhões,
acompanhadas por um volume de 14.235 imóveis vendidos.
Panorama
Índice FipeZAP analisa o Valor Geral de
Vendas nas 22 capitais
Capitais onde os imóveis mais se valorizaram entre
janeiro e outubro de 2024
Curitiba (+15,46%)
João Pessoa (+14,57%)
Salvador (+14,18%)
Goiânia (+11,17%)
Belo Horizonte (+10,21%)
Aracaju (+10,17%)
São Luís (+9,54%)
Belém (+9,05%)
Cuiabá (+8,78%)
Fortaleza (+8,77%)
Natal (+8,49%)
Florianópolis (+8,17%)
Vitória (+7,16%)
Maceió (+7,16%)
Recife (+6,44%)
São Paulo (+5,54%)
Manaus (+5,35%)
Porto Alegre (+5,28%)
Brasília (+2,83%)
Rio de Janeiro (+2,61%)
Campo Grande (+2,08%)
Teresina (+0,19%)
Capitais onde os imóveis mais se
valorizaram em 12 meses (outubro/2023 a outubro/2024)
João Pessoa (+16,83%)
Curitiba (+16,74%)
Goiânia (+14,53%)
Salvador (+13,57%)
São Luís (+12,39%)
Belo Horizonte (+11,72%)
Aracaju (+10,07%)
Natal (+9,83%)
Florianópolis (+9,47%)
Cuiabá (+9,42%)
Fortaleza (+9,15%)
Maceió (+8,96%)
Belém (+8,15%)
Manaus (+8,08%)
Recife (+7,75%)
Vitória (+7,32%)
São Paulo (+6,05%)
Porto Alegre (+5,60%)
Campo Grande (+4,28%)
Brasília (+3,50%)
Rio de Janeiro (+2,67%)
Teresina (+1,03%)
Nenhum comentário:
Postar um comentário