sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Grupo acusado de lavar dinheiro do tráfico de drogas com fazendas e igrejas é condenado no RN; penas são de até 84 anos de reclusão

 


Sete pessoas investigadas por integrar um grupo criminoso que teria lavado mais de R$ 23 milhões do tráfico de drogas com compra de imóveis, fazendas, rebanhos bovinos e até com uso de igrejas, foram condenadas pela Justiça do Rio Grande do Norte.

Os investigados foram alvos da Operação Plata, deflagrada em fevereiro de 2023 pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, com mandados cumpridos em oito estados e no Distrito Federal. As penas variam de 12 anos e oito meses de reclusão a mais 84 anos de reclusão

Na denúncia que resultou nas sentenças, o MP indicou que o grupo foi formado para o fim específico de cometer os crimes através da compra e transmissão de imóveis, realização de depósitos não identificáveis e distribuição de dinheiro em espécie.

"Os réus dissimulavam e ocultavam a origem e propriedade de bens e valores oriundos dos crimes praticados por dois irmãos, em benefício de familiares e pessoas próximas a eles. A suspeita é de que o grupo criminoso tenha lavado mais de R$ 23 milhões", informou a corporação.

A operação do MPRN foi desenvolvida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com o apoio da Polícia Militar do RN e dos Ministérios Públicos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Paraíba e, ainda, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

As investigações que culminaram na ação foram iniciadas em 2019, com o objetivo de apurar o tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, além do crime de lavagem de dinheiro.

Segundo o MP, o esquema era liderado por Valdeci Alves dos Santos, também conhecido por Colorido. Valdeci é originário da região do Seridó potiguar e era apontado, até 2022, como a segunda liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que surgiu nos presídios paulistas e que tem atuação em todo o Brasil e em países vizinhos.

Valdeci teria como braço-direito um irmão dele, Geraldo dos Santos Filho, também já condenado pela Justiça por tráfico de drogas. Pastor Júnior, como é conhecido, foi preso em 2019 no Estado de São Paulo por uso de documento falso e estava cumprindo a pena em regime semiaberto.

Investigação

A investigação realizada pelo MPRN revelou que indivíduos com nenhuma ou quase nenhuma renda declarada movimentaram milhões de reais sem justificativa aparente.

Ainda segundo o MP, as operações financeiras tinham como alvo o Rio Grande do Norte, mas envolviam agentes espalhados por mais de um terço dos estados do país.

Provas colhidas apontaram que os envolvidos discutiram inclusive em grupos de WhatsApp, como manter um dos “negócios” ativo após a prisão de um dos investigados.

O esquema de lavagem de dinheiro, de acordo com as investigações do MPRN, perdurou por mais de duas décadas. Na ocasião da operação, Valdeci já estava preso por uma condenação em São Paulo.

Apontado como principal elo dos crimes, o irmão ele, Geraldo, recebeu a maior condenação: 84 anos de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Penas aplicadas individualmente:

  • Gilvan Juvenal da Silva recebeu a pena de 23 anos e oito meses de reclusão e 87 dias-multa;
  • Valdeci Alves dos Santos, 17 anos, três meses e 20 dias de reclusão e 64 dias-multa;
  • Thais Cristina de Araújo Soares, 19 anos de reclusão e 70 dias-multa;
  • Lucenildo Santos De Araújo, 13 anos e seis meses de reclusão e 52 dias-multa;
  • Joaquim Neto dos Santos, 12 anos e oito meses de reclusão e 50 dias-multa;
  • Roberto dos Santos, 13 anos de reclusão e 50 dias-multa;
  • Geraldo dos Santos Filho, a 84 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão e 299 dias-multa

As penas foram definidas pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Natal.

 

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