Passadas mais de 24 horas
da acusação de violência doméstica feita pela ex-companheira do seu filho, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não fez nenhum tipo de manifestação
sobre o episódio.
O UOL questionou
oficialmente o Palácio do Planalto e não obteve resposta. O Ministério das
Mulheres também foi questionado, mas não retornou.
O filho caçula do
presidente Lula (PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39, foi acusado de violência
física, moral e psicológica. A defesa dele nega.
Auxiliares do presidente
ouvidos pela coluna evitaram falar no tema e alguns pediram cautela no que
classificaram como possível julgamento antecipado. Houve ainda quem disse que
não tinha tido conhecimento da acusação.
A ex-mulher de Luis
Claudio registrou um boletim de ocorrência ontem na Delegacia da Mulher em São
Paulo. Hoje, o pedido de medida protetiva foi aceito pela Justiça de São
Paulo. Os relatos da ex-companheira são de violência física, moral e
psicológica.
No boletim de ocorrência,
consta a informação de que Luis Claudio a teria manipulado para não prestar
queixa. “Ser manipulada e ameaçada para não denunciar as agressões, sob a
alegação de que o agressor é filho do presidente e que possui influência para
se safar das acusações”, disse. “Meu pai vai me proteger e você vai sair
perdendo, eu vou acabar com sua alma. Vou falar para todos que você é uma
insana, ninguém irá acreditar em você”, teria dito o filho de Lula, segundo sua
ex-companheira.
A defesa de Luis Claudio
diz que as alegações são “inverídicas” e “fantasiosas”. “Tomamos conhecimento
das fantasiosas declarações que teriam sido proferidas, atribuindo ao nosso
cliente inverídicas e fantasiosas agressões, cujas mentiras são enquadráveis
nos tipos dos delitos de calúnia, injúria e difamação, além de responder por
reparação por danos morais, motivos pelos quais serão tomadas as medidas legais
pertinentes”, diz nota.
Mudanças na agenda
Além de adotar o silêncio,
Lula cancelou sua participação em pelo menos dois eventos hoje. Apesar de o
compromisso não constar na agenda oficial, Lula era aguardado no evento de
aniversário da Polícia Federal, mas acabou não comparecendo.
Antes, ele já havia
deixado de ir à cerimônia de assinatura de contratos de transmissão de energia,
no Palácio do Planalto.
A assessoria do presidente
afirmou que mudanças na sua agenda são rotineiras.
O evento no Planalto
teve a participação de Rui Costa, ministro que hoje teve que responder ao
presidente sobre uma investigação da Polícia Federal que encontrou indícios
ligando o ministro a irregularidades em um contrato de R$ 48 milhões para a
compra de respiradores durante a pandemia.
O ministro nega
irregularidades.
Coluna
da jornalista Carla Araújo – UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário