Motoristas que trafegam pela Zona Norte de Natal têm
reclamado de intervenções no trânsito realizadas pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Parcialmente interditada para obras, a Ponte de
Igapó é o principal gargalo. A mais recente restrição começou no dia dia 8 de
janeiro no sentido Zona Norte/Centro e tem impactado a vida de moradores e motoristas
que precisam atravessar a ponte.
A determinação do órgão é que apenas veículos do
transporte público possam circular no local das 6h às 8h de segunda a
sexta-feira, até a conclusão das obras de restauração da via. Enquanto as
atividades da obra seguem, moradores da zona Norte reclamam da obra e da
recente proibição de circulação, que gera um impacto significativo.
“Eles só trabalham de manhã até a tarde, das oito
até às quatro, de segunda a sexta-feira. E agora com essa proibição, os pais de
famílias que dependem desta via já sofrem sem a interdição, e com ela, tem
prejudicado ainda mais a rotina”, desabafou um morador ao AGORA RN.
Um comerciante que preferiu não se identificar disse
que muitas pessoas, ao tentar atravessar a ponte, já ficam aguardando por volta
das 7h para conseguir otimizar o tempo, mas ainda se deparam com uma espera
considerável, resultando em atrasos. O aviso de interdições ocorre com prazo
curtíssimo, com pouco tempo para se preparar, conforme o comerciante.
“Além disso, há uma multa de quase R$ 300 e sete
pontos na carteira para quem desrespeitar a restrição. Mesmo com o bloqueio da
passagem, algumas pessoas desafiam as restrições”, relatou.
Existem medidas de fiscalização por meio de câmeras
instaladas no centro da ponte pelo próprio DNIT.
Os trabalhadores atuam apenas durante a semana, causando irritação entre os
usuários. A sugestão de trabalhar nos finais de semana e à noite é levantada
como uma possível solução, por moradores das imediações da obra. Isso poderia
otimizar a eficiência, considerando especialmente a alternância de turnos.
Para os residentes, que têm observado o trabalho em
detalhes, a obra é lenta. “Não está nem na metade, pode colocar 2025 ou 2026
para terminar. Ainda vem mergulhadores para avaliar a situação subaquática dos
pilares inferiores, aí é que vai demorar mesmo”, explicou um dos moradores.
Procurado pela reportagem, o Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes não respondeu, até o fechamento desta matéria,
aos questionamentos sobre os avisos em relação às interdições serem realizadas
a curto prazo e, também, as razões para os trabalhos serem feitos apenas na
semana e em horário comercial.
OUTRAS INTERDIÇÕES
Em março de 2023, a Ponte de Igapó foi alvo de uma
explosão durante uma série de ataques criminosos que assolaram diversas cidades
do Rio Grande do Norte. Na época, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
(Crea) recomendou a interdição da via para o tráfego de veículos, porém, o DNIT
assegurou que não havia riscos e que a restauração já era necessária antes da
explosão.
Nesse período, a ponte já se encontrava interditada
devido às obras em andamento na Avenida Felizardo Moura. Em junho do ano
passado, o DNIT emitiu um comunicado oficial indicando que ambos os lados da
Ponte de Igapó seriam liberados para o trânsito assim que a prefeitura
concluísse as obras na Avenida Felizardo Moura. Contudo, em setembro, o órgão
informou que a Ponte de Igapó seria parcialmente interditada por um período de
12 meses, dando início aos trabalhos de reabilitação das pontes.

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