Após a paralisação na pesca de atum por um período
de duas semanas no fim de 2023, as embarcações voltaram ao mar no início de
janeiro e a comercialização do que for pescado deve ocorrer somente em
fevereiro, conforme o presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Rio
Grande do Norte (Sindipesca-RN), Gabriel Calzavara.
Em entrevista ao AGORA RN, ele informou
que as embarcações devem voltar à terra no fim de janeiro. “Os barcos pararam,
ficaram em terra e deram férias aos funcionários. O prejuízo é grande, porque
agora só vão comercializar em fevereiro”, contou.
O governo federal suspendeu a pesca do atum do dia
16 ao dia 31 de dezembro do ano passado. A espécie que teve a captura suspensa
foi a albacora-bandolim, abundante na costa brasileira, bastante usada para
produção de pratos como sushi e sashimi e na indústria de conserva.
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) informou
que a suspensão ocorreu devido à aproximação do limite de 5,4 mil toneladas
pescadas. “A cota total anual da espécie já está próxima ao limite de 5.441
toneladas e qualquer valor adicional, de qualquer modalidade, já representa
elevadíssimo risco de que o Brasil ultrapasse, pelo 4º ano consecutivo, seu
limite de captura. Tal situação trará consequências negativas imprevisíveis no
contexto internacional e nacional”, informou o MPA, em dezembro, por meio de
comunicado.
De acordo com o governo federal, a suspensão ocorreu
quando o Brasil atingiu um “gatilho” de 95% da cota estabelecida para o país.
“A proibição da pesca afetou drasticamente a capitalização das empresas, porque
perderam praticamente dois meses [dezembro e janeiro] de alto valor de mercado”,
apontou Calzavara.
Vendas da Semana Santa não irão
recuperar prejuízos, diz Calzavara
A Semana Santa, período religioso em que as pessoas
tradicionalmente consomem mais peixe, é um dos melhores períodos de
comercialização do produto. “Estamos apostando nisso para tentar recuperar tudo
que perdemos em dezembro e janeiro”, frisou Calzavara, que não estipulou o
prejuízo total do setor.
Ainda conforme o representante do Sindipesca-RN, a
Semana Santa é um bom período de vendas, mas não vai recuperar prejuízos. “O
ano todo não vamos conseguir [recuperar]. A gente vai se estruturar para ver
como será esse ano, porque deve haver uma parada para não atingir a cota. Tem
que escolher o mês que terá essa parada, estamos nos organizando para não ser
no fim de ano. Deverá ser julho ou agosto, isso está sendo avaliado, para que a
produção não passe do limite estabelecido”.

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