quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Secretário de Segurança defende mudanças em audiências de custódia

 


As audiências de custódia foram alvo de críticas do secretário estadual de segurança pública do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, nesta quarta-feira (04). Para o titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, há um “sofrimento” dos policiais ao verem presos serem soltos nas audiências. As críticas foram feitas durante a apresentação do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc) no Estado, quando o secretário informou que haverá uma mobilização a nível nacional para mudanças em políticas públicas no tocante às audiências de custódia. 

“Temos aqui um sofrimento de todos os policiais de prenderem alguém e depois serem soltos em audiência de custódia. O sistema criminal tem fragilidades. O Ministério da Justiça tem uma força-tarefa para interagir com CNJ e o CNMP para apertar mais essa parte das audiências de custódias que são flexibilizadas. Essa parte, o ministro e o staff do MJ, se comprometeu aos secretários, em ter essa força-tarefa no STJ, STF e Congresso Nacional para que isso seja "apertado"”, explicou coronel Francisco Araújo. 

“Teremos um fortalecimento junto ao judiciário e MP na parte das audiências de custódia. Muitas vezes as polícias fazem as prisões, as pessoas vão para audiências de custódia e no dia seguinte são liberadas. Há uma força tarefa do Ministério da Justiça junto ao STF, STJ e Congresso Nacional para mudar essas regras”, acrescentou. 

Criado com o intuito de centralizar ações no combate às facções criminosas, o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), lançado pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), terá mais integração institucional entre as forças de segurança. É o que garante o titular da Sesed, coronel Francisco Araújo, que detalhou as ações do programa durante coletiva de imprensa.

Segundo o Governo Federal, o  programa terá os seguintes eixos de atuação: proteção às áreas de portos, aeroportos e fronteiras;  integração informacional e institucional; aumento da eficiência dos órgãos policiais; aumento da eficiência do Sistema de Justiça Criminal e cooperação entre os entes.

Os indicadores de desempenho e o detalhamento das ações a serem implementadas no Enfoc serão especificados no Plano de Gerenciamento, a ser publicado por ato do Secretário Nacional de Segurança Pública em até 60 dias a contar da data de publicação da portaria.

O Enfoc terá investimento de R$ 900 milhões, estruturado em três ciclos (2023-2024, 2024-2025 e 2025-2026) e  tem como público-alvo os integrantes do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), em especial as polícias judiciárias (investigação). A iniciativa tem como fontes de recursos o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), o Fundo Nacional Antidrogas (Funad), o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), e financiamentos nacionais e internacionais.

A discussão em torno das facções criminosas têm ganhado novos contornos nos últimos anos com o crescimento e capilaridade das organizações em praticamente todos os estados do Brasil. 

Operação Paz

Operação presente em 12 estados do Brasil, a Operação Paz registrou 214 prisões no Rio Grande do Norte durante o mês de setembro, segundo informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed). A ação é custeada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP) com apoio de diárias operacionais. Além disso, a Sesed informou que o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), apresentado pelo ministro Flávio Dino, terá diretrizes e indicadores de desempenho especificados em até 60 dias.

Segundo informações da Sesed, a Operação Paz foi uma ação  conjunta coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública com o intuito de realizar prisões e apreensões com foco na redução de mortes violentas intencionais. A operação ocorreu no RN e em outros 11 estados e tem investimento de R$ 150 milhões. Não foi divulgado o valor referente ao Rio Grande do Norte. 

No Estado, foram 214 prisões e apreensão de 21 armas 17 explosivos, 189 munições e 140 mandados de prisão cumpridos, num total de 340 barreiras policiais e 7.110 pessoas abordadas durante os dias 1º e 30 de setembro. A Polícia Civil e a Federal foram as que mais realizaram prisões, com 147 e 44, respectivamente. 

Segundo a Sesed, em números absolutos, em setembro de 2022, foram registradas 108 mortes violentas no RN, contra 80 casos ocorridos no estado no mês de setembro de 2023, redução de 25,9%. De 1º de janeiro a 30 de setembro de 2022, foram registradas 890 mortes violentas no estado, contra 786 ocorrências da mesma natureza ao longo dos últimos nove meses de 2023 (-11,7%).

 

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