A menos de mil metros do Rio Pitimbu, na Zona Oeste
de Natal, moradores denunciam um suposto crime ambiental. Na última
sexta-feira, 29 de setembro, foi registrada um caso envolvendo o descarte
inadequado de óleo degradado em um terreno no bairro Planalto. No
total, cinco tonéis contendo óleo foram descobertos.
Os moradores alegam que esses materiais são resíduos
de obras de asfalto realizadas no bairro, e suspeitam que o descarte tenha sido
efetuado por uma das empresas contratadas pela prefeitura de Natal. A situação
se tornou urgente que a comunidade decidiu agir por conta própria, retirando
três dos cinco tambores de óleo para evitar uma possível
contaminação adicional.
“Eram cinco tonéis, agora só tem três porque os
próprios moradores levaram os que estavam próximos do rio. Uma gota de pixe
influencia em mil litros de água. Nós estamos há mil metros do Rio Pitimbu.
Isso é um crime ambiental”, disse o morador Berg Souza, a reportagem da TV
Tropical.
Procurada pelo Agora RN, o Idema afirmou, por
meio de nota, que uma equipe de fiscalização esteve no local da denúncia neste
sábado 30, e confirmou o derrame de óleo de queimado em um terreno localizado
na Rua Cafarnaum, no Bairro Planalto, na Zona Oeste de Natal.
“A referida empresa executou recentemente o serviço
de colocação de um novo calçamento, asfalto e obras na lagoa de captação do
Planalto. Os moradores informaram aos fiscais do Idema, que ao finalizar o
serviço, a mesma descartou o produto oleoso de forma inadequada, causando infração
ambiental grave. O local disposto fica bem próximo ao Rio Pitimbu.”
O Idema comunicou que entrou em contato com a Secretaria de Meio
Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb) para relatar o ocorrido e que
pretende notificar e autuar a empresa responsável. Também procurada pelo Agora
RN, a Semurb informou que aguarda a análise de sua equipe técnica, que está
no local nesta segunda-feira para avaliação.
Dano ao Meio Ambiental
O derramamento irregular de óleo não apenas
prejudica a fauna, mas também representa um risco para a saúde da população
local. De acordo com o ecólogo André Alves, esse tipo de poluição pode afetar
os animais de consumo e contaminar os alimentos.
“Infecta os animais de consumo e reflete na hora que
vamos comer. Além disso, caso entre em contato com a pele humana torna-se
prejudicial. Sendo em Rio, a situação pior ainda mais porque a água serve para
alimentar animais e pessoas, além de vilas usarem o rio para lavar roupa”,
afirmou.
A Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais)
estabelece penalidades para atividades que causam danos ao meio ambiente,
incluindo o descarte irregular de substâncias poluentes como o óleo. As sanções
podem incluir multas e restrições à empresa ou entidade responsável pelo
descarte inadequado.



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