O deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB) afirmou
nesta quarta-feira (29), em pronunciamento na Assembleia Legislativa, que o
Governo do Rio Grande do Norte vai descumprir um acordo firmado com entidades
do setor produtivo se realmente aumentar o ICMS a partir do próximo sábado
(1º).
O parlamentar lembra que a lei que autorizou o
aumento do ICMS, aprovada em dezembro de 2022, contém uma cláusula prevendo a
anulação do reajuste caso o Rio Grande do Norte recebesse do Governo Federal a
garantia de compensação por perdas de arrecadação no ano passado.
Em 10 de março, o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, anunciou que o Estado vai receber R$ 277 milhões pelas perdas em 2022.
O governo estadual alega que vai precisar subir o ICMS mesmo assim porque o
valor não cobre as perdas do período – que giram em torno de R$ 420 milhões, em
valores atualizados, de acordo com a Secretaria de Tributação.
“A bancada do governo votou a favor (do aumento do
ICMS), mas com o compromisso de que, se houvesse a compensação, o governo não
implantaria o aumento. Mas o governo vai implantar. Quero saber se não vamos
ter a contestação sobre esse acordo feito. Foi um acordo. Participaram as
entidades de classe. Será que os órgãos não merecem o respeito das pessoas que,
naquela ocasião, representavam o governo e fizeram o acordo da não
implementação da alíquota se houvesse compensação federal?”, afirmou o
deputado.
A partir de sábado, até 31 de dezembro de 2023, a
alíquota do ICMS no RN vai subir de 18% para 20%. Em 2024, volta ao patamar
atual, de 18%.
Para compensar o impacto financeiro do aumento do
imposto, o decreto prevê, ainda, uma desoneração de impostos sobre itens da
cesta básica, caindo dos atuais 18% para 7%. Com isso, terão impostos reduzidos
os produtos: feijão, arroz, café, flocos de milho, óleo de soja, pão, margarina
e frango.
“O que o governo quer a mais do contribuinte? Quer
perder ainda mais a competitividade que estamos perdendo ao longo de anos? O
que é que o governo busca esperar para que o Estado possa voltar aos trilhos do
desenvolvimento? Só estamos vendo comparações que nos deixam atrás no Nordeste.
Onde nós vamos parar, onde nós queremos chegar?”, afirma Gustavo Carvalho.

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