Com informações do Agora RN
Motoristas do Rio Grande do Norte vão gastar mais
para encher o tanque de seus automóveis a partir desta semana. Isso foi
garantido por Maxwell Flor, Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo (Sindipostos/RN), após a notícia de que o Governo do Estado aumenta, a
partir deste sábado, 1°, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) sobre os combustíveis, passando de 18% para 20%. A medida foi criticada
pelo setor empresarial, que aponta impactos negativos sobre a economia local e
a competitividade em relação aos estados vizinhos.
Para o setor de venda de combustíveis, o aumento do
ICMS é motivo de preocupação e tristeza. “Vamos ter nosso custo elevado em
função disso e ainda vamos ficar para trás em relação aos estados vizinhos
concorrentes, porque todos eles vão permanecer com a carga tributária em 18%.
Paraíba, Ceará, Pernambuco, todos eles não fizeram alteração. A gente perde a
competitividade mais ainda”, afirmou o presidente do sindicato.
Além disso, o setor empresarial aponta que o aumento
do ICMS sobre os combustíveis no RN pode gerar um impacto direto no bolso dos
consumidores, que deverão arcar com preços mais elevados na hora de abastecer
seus veículos. Segundo Flor, é difícil calcular exatamente quanto será o
aumento nos preços na bomba, pois isso depende dos repasses que as
distribuidoras fazem. “Elas podem absorver uma parte disso… Tudo depende da
gestão de estoque. 2% é fácil calcular na bomba quanto vai ser. Mas se com 18%
está estimado em torno de R$ 5,90. Calculando 18%. Fazendo a mesma conta com
20%, veja o impacto que isso teria”, explicou.
Outro ponto destacado pelo presidente do
Sindipostos/RN é que o aumento do ICMS sobre os combustíveis deverá impactar
negativamente nas vendas. “A gente sabe que todo aumento ele repercute de forma
negativa nas vendas. Depende muito da proporção do aumento. Quando o aumento é
mais substancial, a queda vem junto também na mesma proporção. Se o aumento for
pequeno, a queda também é pequena. Mas é inevitável”, alertou.
Diante desse cenário, o setor empresarial espera uma
contrapartida do Governo do Estado, com investimentos em áreas como segurança e
infraestrutura. “A gente sempre espera que os impostos da gente sejam bem
utilizados. Mas infelizmente a gente não vê o resultado disso. Vive a
insegurança que estamos vivendo, tendo mais custos com segurança, custos
absurdos até pela falta de mão de obra disponível, em função desse cenário.
Estradas péssimas, porque você precisa ver a estrada que nossos caminhões
circulam para ir pegar combustível em Guamaré. É um absurdo. Inacreditável que
a gente tenha que trafegar por essas estradas. E aí o povo se pergunta porque
no RN a gasolina é mais cara. Este é um dos fatores”, finalizou Maxwell.
AUMENTO
O Governo do Rio Grande do Norte confirmou que o
ICMS, principal imposto estadual, vai realmente aumentar a partir de 1º de
abril em 2023 (próximo sábado). No último sábado 25, a gestão estadual publicou
no Diário Oficial um decreto que regulamenta a lei publicada em 24 de dezembro
de 2022 que elevou o imposto.
Com o decreto, a chamada “alíquota modal” – o piso
do imposto – será elevada dos atuais 18% para 20%, até 31 de dezembro de 2023.
Em 2024, volta ao patamar atual, de 18%.
Para compensar o impacto financeiro do aumento do
imposto, haverá uma desoneração de impostos sobre itens da cesta básica, caindo
dos atuais 18% para 7%. Com isso, terão impostos reduzidos os produtos: feijão,
arroz, café, flocos de milho, óleo de soja, pão, margarina e frango.
Sancionada nos últimos dias do ano passado pela
governadora Fátima Bezerra (PT), a lei que trata sobre o aumento do ICMS
estabelecia que o reajuste seria anulado caso o Governo Federal repassasse ao
Governo do Estado uma compensação pelas perdas de arrecadação provocadas pela
redução do imposto no 2º semestre de 2022.
Em agosto de 2022, caiu para 18% a alíquota de ICMS
cobrada sobre combustíveis, telecomunicações e energia elétrica. No caso da
gasolina, a alíquota antes chegava a 29%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou no
dia 10 de março um acordo com estados para compensar parte das perdas. O Rio
Grande do Norte vai receber, fruto desse acordo, cerca de R$ 277 milhões.
Pelo modelo de repasse divulgado por Haddad, o Rio
Grande do Norte deverá receber um terço do valor em 2023 e o restante em 2024.
O valor, contudo, não cobre todas as perdas do
Estado no período – que giram em torno de R$ 420 milhões, em valores
atualizados, de acordo com a Secretaria de Tributação.
Ao todo, segundo Haddad, o governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repassará aos estados e ao Distrito Federal R$
26,9 bilhões, para reduzir o rombo nas contas dos entes federativos.
A gestão estadual alega que o aumento do ICMS busca
evitar uma perda acumulada de R$ 1 bilhão em receitas ao longo de 2023, o que
afetaria também as prefeituras. Os cálculos consideram que as prefeituras têm
direito a 25% de tudo o que o Estado arrecada com o imposto.
ASSEMBLEIA
O aumento do ICMS poderá ser, eventualmente, revisto
pela Assembleia Legislativa. Na semana passada, o deputado estadual Adjuto Dias
(MDB) protocolou um projeto de lei que adia para 1º de agosto o início da
vigência do reajuste. O projeto ainda vai ser analisado.
O deputado alega que a medida é necessária diante da
onda de violência enfrentada pelo Estado nos últimos dias. “São medidas para
evitar que o setor privado seja ainda mais prejudicado, com reflexo na geração
de ocupação, emprego e renda e no desenvolvimento econômico do Estado”,
acrescentou Adjuto.
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