Com informações do Terra Brasil Notícias
O jornal o Estado de S. Paulo publicou um editorial
neste domingo (15), criticando o pré-candidato à Presidência. No artigo “Lula
faz o eleitor de bobo”, o jornal diz que o petista quer fazer o País acreditar
que, se ele é ‘inocente’.
Eis o editorial do Estadão:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter
recuperado seus direitos políticos após a anulação de suas condenações
judiciais no âmbito da Operação Lava Jato, mas isso não significa, nem de
longe, que ele tenha sido absolvido pela Justiça nem tampouco que possa apagar
o passado, como tenta fazer ao inventar um discurso sobre a Petrobras nesta
pré-campanha à Presidência da República. Ao agir assim, Lula trata como idiotas
milhões de brasileiros que não se ajoelham sob o altar do PT e que lembram
muito bem como o partido tomou a Petrobras de assalto para transformar a
empresa em instrumento de política econômica e um centro privado de
financiamento de campanha e enriquecimento ilícito.
Qualquer cidadão minimamente informado e que ainda
seja capaz de analisar os fatos sem ter o raciocínio comprometido por paixões
políticas sabe que a anulação das sentenças penais condenatórias de Lula se deu
por razões de natureza processual, não de mérito. A rigor, as decisões
favoráveis ao ex-presidente tomadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – que, ao fim e ao cabo, lhe restituíram o
direito de disputar eleições – dizem respeito apenas aos erros cometidos pelo
Ministério Público Federal (MPF) e pela primeira instância da Justiça Federal
em Curitiba; Lula não foi “inocentado” de nada.
De forma muito ardilosa, Lula explora essa
peculiaridade de sua situação jurídico-penal para tentar apagar o “petrolão” da
história. O ex-presidente sabe que o “mensalão” e o “petrolão” serão temas
incontornáveis em sua tentativa de voltar ao Palácio do Planalto. Logo, tenta
induzir parte dos eleitores a acreditar que, se ele próprio não foi condenado
pelo maior escândalo de corrupção da história do País, é porque não houve
escândalo de corrupção algum. Simples assim.
Lula quer fazer o País acreditar que o “petrolão”
não existiu e que ele, caso seja eleito, vai “recuperar a Petrobras”, sabe-se
lá do quê. “Nós precisamos fazer com que a Petrobras volte a ser uma grande
empresa nacional, uma das maiores do mundo”, disse Lula no discurso de
lançamento de sua pré-candidatura, no dia 7 passado. “(Temos de) Colocá-la de
novo a serviço do povo brasileiro”, arrematou o ex-presidente.
Em primeiro lugar, é de justiça reconhecer que a
Petrobras voltou a ser uma grande empresa durante o governo de Michel Temer.
Lula pode contar com a amnésia de parte dos brasileiros, mas cabe recordar que
foi durante o governo Temer que a Petrobras se reergueu dos escombros do “petrolão”
ao adotar uma administração mais profissional, sobretudo a partir da
reorientação de sua política de preços, que passou a ser atrelada às variações
do dólar e da cotação do óleo no mercado internacional. Os resultados positivos
da empresa desde então falam por si sós.
Lula também aposta na desinformação ao prometer
“colocar a Petrobras a serviço do povo brasileiro”. Trata-se de uma falácia
eleitoreira, no melhor cenário, ou de uma ameaça de intervenção, no pior.
Embora a União seja sua maior acionista, a Petrobras não é uma empresa estatal
pura, é uma empresa de economia mista e capital aberto. Presta-se, portanto, a
atingir seus objetivos empresariais por meio de uma gestão eficiente, com
vistas a remunerar os investimentos que recebe de seus acionistas. Não se
presta a ser um instrumento de execução de políticas públicas que favoreçam
governos de turno. A corrupção, sem dúvida alguma, causou enormes prejuízos à
Petrobras e aos seus acionistas, mas foi a apropriação da empresa durante os
governos petistas, os maus investimentos que foi obrigada a fazer e o
sacrifício da boa administração em nome dos interesses eleitorais do PT que
quase a levaram à bancarrota.
Nesse aspecto, Lula e o presidente Jair Bolsonaro
têm uma ideia muito semelhante sobre a Petrobras. Ambos enxergam a empresa como
um anexo do Palácio do Planalto. A vitória de um ou de outro na eleição
presidencial de outubro prenuncia tempos difíceis não apenas para a empresa,
mas para o País.
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