A potência instalada em parques eólicos onshore, em
terra, na região Nordeste do Brasil, em 2021, supera a soma de sete países
europeus e confirma a região – e o Rio Grande do Norte – como “oásis de vento
para o mundo”, aponta análise divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Instituto
SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).
As conclusões tomam por base uma comparação entre
dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e relatório divulgado no
final de fevereiro pela associação europeia de energia eólica WindEurope, com
estatísticas e projeções para o setor.
De acordo com os dados, 3,7 Gigawatts (GW) foram
liberados para operação comercial em parques eólicos no Brasil, no ano passado
– distribuídos entre Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e
Piauí – enquanto que na soma de Reino Unido, Dinamarca, Espanha, Noruega,
Finlândia, Polônia e Ucrânia, a potência instalada ficou em 3,6 GW.
O Rio Grande do Norte teve 1,5 GW liberados no
período, 40,54% do total nacional e maior fatia entre os estados com sinal
verde para operação das usinas. O número supera os registrados isoladamente por
12 países, incluindo Reino Unido, com 328 Megawatts (MW), Turquia (1,4 GW),
Holanda (952 MW), França (1,2 GW), Rússia (1,13 GW), Dinamarca (149 MW),
Espanha (750 MW), Noruega (672 MW), Finlândia (671 MW), Polônia (660 MW),
Ucrânia (359 MW) e Grécia (338 MW). A potência potiguar, aponta a análise do
ISI-ER, é ultrapassada apenas por Suécia (2,1 GW) e Alemanha (1,9 GW).
“O Rio Grande do Norte vem sobressaindo a nível
nacional, e inclusive mundial, na produção de energias limpas e traz na sua
matriz energética, entre solar e eólica, grandes possibilidades de ser o maior
produtor do mundo de energias. Isso nos coloca numa posição totalmente
diferenciada, inclusive neste momento em que os olhos se voltam para o
potencial de produção do hidrogênio verde”, analisa o presidente do Sistema
FIERN, que engloba além da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, o
SESI, o IEL e o SENAI no estado, Amaro Sales de Araújo.
A expectativa, diz ele, é de que “essa grande
quantidade de energia possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento do
estado e do Brasil, e de que essa produção implique para o povo deixar de pagar
bandeiras amarela e vermelha que encarecem a conta de luz, assim como de que
sirva de incentivo à participação de outras empresas no setor, para captar
essas energias”.
No total, foram instalados 17,4 GW em parques eólicos na Europa em 2021, dos
quais 14 GW, ou 81%, estavam em terra, e 3,4 GW no offshore, no mar – uma
frente de investimentos em que os primeiros projetos estão à espera de
licenciamento no Brasil e em que o Rio Grande do Norte é apontado como uma das
zonas mais promissoras para investimentos. “Pesquisas desenvolvidas pelo nosso
Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis e confirmadas por
instituições reconhecidas no mundo aumentam ainda mais a credibilidade sobre a
atratividade do nosso estado”, acrescenta Sales.
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