Prometida no início do ano, a redução gradual do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio foi oficializada nesta
terça 15. O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto com a redução escalonada
do tributo, que será diminuído em etapas até ser zerado em 2028.
A assinatura ocorreu em cerimônia no Palácio do
Planalto, com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes. A extinção do
IOF sobre operações cambiais é uma das exigências para o país integrar a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A Receita
Federal estima que o governo deixará de arrecadar R$ 500 milhões em 2023, R$
900 milhões em 2024 e R$ 1,4 bilhão em 2025. A renúncia fiscal crescerá ano a
ano até chegar a R$ 7,7 bilhões por ano a partir de 2029.
A mudança é uma das obrigações a serem cumpridas
pelo Brasil para adesão aos Códigos de Liberalização de Movimentação de
Capitais e de Operações Invisíveis, instrumento exigido para os países que
integram a OCDE.
Em janeiro, o governo tinha anunciado que pretendia
começar a cortar o IOF cambial ainda este ano. Segundo o Ministério da
Economia, o Brasil está em estágio avançado de convergência com a OCDE, tendo
aderido a 104 dos 251 instrumentos normativos do organismo internacional.
De acordo com a Secretaria de Assuntos
Internacionais do Ministério da Economia, o processo de adesão está mais
acelerado que em outros países convidados a integrar o grupo ou que atuam como
parceiros-chave, como Argentina (51 instrumentos), Romênia (53), Peru (45),
Bulgária (32) e Croácia (28).
Fundada em 1961, em Paris, a OCDE funciona como um
organismo que avalia e recomenda práticas e políticas que promovam
prosperidade, igualdade, oportunidade e bem-estar global. Com 38
países-membros, a organização reúne 61% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Após a cerimônia de assinatura, o Ministério da
Economia divulgou o cronograma de redução das alíquotas em entrevista coletiva.
O IOF sobre empréstimos realizados no exterior, atualmente em 6%, será zerado
imediatamente. As alíquotas sobre o uso de cartões de crédito internacionais,
hoje em 6,38%, cairão um ponto percentual ao ano entre 2023 e 2027. Em 2028,
serão reduzidas de 1,38% para 0%.
O IOF de 1,1% para a compra de moeda estrangeira em
espécie será zerado apenas em 2028. As demais operações cambiais, que pagam
0,38%, passarão a ser isentas a partir de 2029.
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