Embora a receita dos Estados tenha aumentado,
governadores seguraram recursos disponíveis para a educação. É o que garante
estudo da Universidade de São Paulo (USP) sobre gastos durante a
pandemia de covid-19. O levantamento foi publicado no jornal Folha de
S.Paulo, no domingo 10.
A pesquisa sinaliza que a maioria dos governos deixou
a educação em segundo plano, aproveitando o período de suspensão das aulas
presenciais para economizar o dinheiro em caixa em vez de usá-lo
para reformar escolas e se preparar para receber os alunos de volta
neste ano.
“Não houve prioridade para a educação, apesar dos
desafios criados pela pandemia”, observou a economista Úrsula Peres, da USP,
coordenadora do grupo que fez o estudo, ligado à Rede de Pesquisa Solidária.
“Falta coordenação nacional e planejamento das ações dos Estados.”
Segundo o trabalho, as despesas com educação caíram
6,4% no primeiro semestre de 2020, em comparação com o primeiro semestre de
2019, e voltaram a diminuir no primeiro semestre deste ano, com queda de 1%.
Desde 2019, a redução foi de 7,4% em termos reais, já descontada a inflação.
Os Estados
Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul
e Sergipe foram os Estados em que as despesas com educação mais encolheram
nesse período, conforme o levantamento. Somente nove Estados aumentaram gastos
na área, entre eles Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Recursos repassados pelo governo federal no ano
passado permitiram que os Estados compensassem as perdas de arrecadação que
sofreram com a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus. Neste ano,
suas receitas aumentaram com a alta dos combustíveis e das contas de luz.
Os pesquisadores calculam que as receitas dos Estados
e do Distrito Federal cresceram 10% em termos reais no primeiro semestre deste
ano, em comparação com as obtidas no mesmo período do ano passado. A
arrecadação do ICMS, principal tributo recolhido pelos estados, aumentou 19%.
As informações são da Revista Oeste.
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