AGORA RN
Apesar de a Justiça ter determinado a volta de 100% da
frota até a próxima segunda-feira 7, as empresas de ônibus de Natal vão
continuar operando com horários reduzidos. Segundo Nilson Queiroga, consultor
técnico do Seturn, o sindicato que representa as empresas, não há demanda nem
condições financeiras para que os horários regulares sejam restabelecidos.
Na semana passada, o juiz Francisco Seráphico da
Nóbrega, da 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal, deu cinco dias para que as
empresas de ônibus voltem a operar com 100% da frota na capital potiguar. Hoje,
por causa da pandemia, apenas cerca de 60% dos ônibus estão indo às ruas,
segundo o Seturn.
Como a intimação foi entregue só esta semana, o prazo
para que a decisão seja cumprida termina na próxima segunda-feira 7.
De acordo com Nilson Queiroga, a decisão é
injustificável. Segundo ele, apesar da reabertura de alguns setores da
economia, a demanda de passageiros nos ônibus continua baixa. Logo, reativar
100% da frota provocaria ociosidade nas linhas na maior parte do dia.
O sindicato das empresas aponta que a média de
passageiros transportados está na casa dos 130 mil por dia, quando já esteve em
cerca de 300 mil antes da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o consultor técnico do Seturn, as empresas não
têm condições de retomar os horários regulares no momento porque centenas de
colaboradores foram demitidos e porque há vários ônibus sem condições de rodar.
“Muitos rodoviários foram demitidos, algo em torno de
700. A grande parte foi demitida. Vai ficar um horror de operador com a frota
reduzida? Não tem condições. Além do mais, os ônibus estão sem pneu, sem motor.
Não funcionam há não sei quanto tempo porque as empresas não têm dinheiro para
fazer manutenção”, enfatizou, em entrevista à 98 FM Natal nesta quarta-feira 2.
Nilson Queiroga diz que, para rodar com 100% da frota
atualmente, as empresas precisariam ter a operação subsidiada pelo poder
público. Ele aponta que, com a demanda atual, a tarifa que cobriria todos os
custos seria de R$ 7,00. Hoje, a tarifa custa R$ 3,90 para quem paga no cartão
e R$ 4,00 para quem paga no dinheiro.
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