sábado, 4 de agosto de 2018

Praticamente quebrada com dívidas de R$ 2,5 bilhões, Ricardo Eletro está sendo vendida para fundo de investimento com apoio de fornecedores



Por O GLOBO

A Starboard Restructuring Partners, fundo de gestão de investimento em ativos em dificuldades e reestruturação de empresas, vai adquirir o controle da Máquina de Vendas, com aporte de R$ 250 milhões. Para formalizar o acordo, a companhia vai protocolar no início da próxima semana seu processo de recuperação extrajudicial, já contando com a anuência da maioria dos fornecedores, garante uma fonte próxima à companhia. Com uma dívida de R$ 2,5 bilhões, a Máquina de Vendas acordou com seus credores — os bancos incluídos — o alongamento do prazo de pagamento dos débitos por cinco anos. E deverá receber, contando com o recurso da Starboard, aporte total de R$ 1,2 bilhão.

– A Starboard vai adquirir a fatia majoritária e assumir a gestão da Máquina de Vendas, com um investimento direto de R$ 250 milhões. Além disso, os fornecedores deram um prazo maior para pagamento dos créditos e, em paralelo, eles farão aporte de mais R$ 600 milhões a R$ 800 milhões na companhia. Virão também recursos de outros fundos, somando R$ 1,2 bilhão – conta essa fonte.

Atualmente, a Starboad avalia um total de sete ativos no país que podem ser adquiridos pela empresa — que já apresentou uma proposta para adquirir a parcela da Odebrecht TransPort na fluminense SuperVia – que conta com um fundo com R$ 1,5 bilhão em recursos para investimentos em companhias em situação especial ou em dificuldade no Brasil. A Máquina de Vendas será o primeiro a sair do papel.

– O Apollo Global Management, que chegou a ser identificado como o comprador da Máquina de Vendas, é um sócio minoritário da Starboard e que contribui para esse fundo de investimento – explica o executivo.

A Starboard e o Apollo Gloal Management – que encerrou junho com US$ 270 bilhões em ativos sob sua gestão – deram as mãos em fevereiro deste ano, justamente com o objetivo de mapear oportunidades de investir em empresas em dificuldades no Brasil.

Outro pilar da negociação é que os grandes bancos credores, que equivalem a R$ 1,5 bilhão da dívida, concordaram em postergar seus recebimentos por um prazo de cinco anos, o que vai dar fôlego à companhia, afirma a fonte.

A Máquina de Vendas nasceu da união entre Insinuante e a Ricardo Eletro, selada em 2010. Nos dois anos seguintes, o grupo adquiriu outras três varejistas: City Lar, Eletro Shopping e Salfer. Desde 2016, colocou todas as marcas sob a bandeira Ricardo Eletro.

Atualmente, a rede conta com 650 lojas, tendo fechado 500 unidades de 2014 para cá. Ao todo, tem 13 mil funcionários.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Juíza mantém prisão do suspeito de matar psicóloga após audiência de custódia

  A juíza Andressa Luara Holanda Rosado Fernandes homologou a prisão em flagrante de João Batista Carvalho Neto, suspeito de matar a psicólo...