POR JOSIAS DE SOUZA
Alcançado pelo telefone celular em Lisboa, onde
participou do funeral do ex-presidente português Mario Soares, Michel Temer
marcou para a manhã desta quarta-feira (11) um encontro com deputados da
“Bancada da Bala”. O grupo levará ao presidente ideias para reduzir as
labaredas do inferno penitenciário. A principal proposta é a criação do
Ministério da Segurança Pública.
Numa prévia da conversa com Temer, os parlamentares
estiveram no Planalto nesta terça-feira, para expor a sugestão ao presidente em
exercício Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se declarou simpático à causa. Recordou-se
que o próprio Temer, ex-secretário de Segurança de São Paulo, já defendeu no
passado a criação de um ministério específico para o setor.
Criar ministérios é coisa simples. Bastam caneta,
tinta e papel. Mas não resolve o problema. É como enfrentar incêndio com um
conta-gotas. Antes de cair em tentação, Temer deveria perguntar ao ministro
Alexandre de Moraes (Justiça) qual é a serventia de um órgão pendurado no
organograma de sua pasta. Chama-se Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Participarão da conversa com Temer os deputados
Alberto Fraga (DEM-DF), Aluísio Mendes (PTN-MA), Capitão Augusto (PR-SP), Major
Rocha (PSDB-AC), Laudivio Carvalho (SD-MG), Éder Mauro (PSD-PA) e Cabo Sabino
(PR-CE). Reze-se para que o custo da reunião se resuma a uma rodada de água e
cafezinho. Delírios do gênero costumam resultar em estruturas que ocupam pelo
menos quatro andares de um edifício na Esplanada e não produzem senão cabides
de emprego e déficit público.
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