sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Relações explosivas entre ministros e Banco Master agravam crise e colocam STF sob fogo

 


As conexões entre o Banco Master e ministros do Supremo Tribunal Federal provocaram uma onda de desgaste na imagem da Corte, especialmente após Dias Toffoli assumir o processo que investiga a instituição de Daniel Vorcaro. A revelação de que o ministro viajou a Lima, no Peru, no jato de um empresário acompanhado do advogado de um investigado — poucas horas antes de impor o chamado “sigilo master” ao caso — intensificou as suspeitas e paralisou as apurações. Além disso, Toffoli ainda autorizou que o cliente do criminalista Augusto Arruda Botelho tivesse amplo acesso às provas, restringindo o sigilo apenas ao público.

As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Outro foco de pressão recai sobre Alexandre de Moraes, após vir à tona o contrato milionário do escritório de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, com o Master. Firmado em janeiro de 2024, quando o banco já enfrentava grave crise de confiança, o acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões por três anos, totalizando R$ 129,6 milhões até 2027 — período em que Moraes assumirá a presidência do STF. Mensagens encontradas no celular de Vorcaro indicam que os repasses ao escritório eram tratados como prioridade absoluta. Com a liquidação do banco, os pagamentos cessaram, mas estimativas indicam que até R$ 79 milhões podem ter sido desembolsados.

O contrato abrangia cinco frentes de atuação jurídica, incluindo articulações perante Judiciário, Ministério Público, Polícia Judiciária, Banco Central, Receita e Legislativo. Apesar disso, até agora, só é pública uma queixa-crime assinada pelo escritório contra o investidor Vladimir Timmerman, que mantém litígios com o empresário Nelson Tanure. O caso, porém, perdeu em duas instâncias, embora caibam recursos. Paralelamente, o Master vivia expansão arriscada baseada na venda de títulos de alta rentabilidade, enquanto seu balanço sinalizava problemas de liquidez. A situação desabou quando o Banco Central identificou fraude na suposta venda de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito ao BRB.

A descoberta levou à Operação Compliance Zero, que prendeu Vorcaro e resultou na liquidação do Master. O caso seguiu para o STF por decisão de Toffoli, e a expectativa é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, mantenha o processo na Corte com o sigilo reforçado — movimento alinhado à ala formada por Moraes e Gilmar Mendes. Para críticos, a conduta dos ministros demonstra despreocupação com o impacto na credibilidade do STF. A viagem de Toffoli em jato particular com um defensor de investigado e o contrato milionário envolvendo a família de Moraes expõem uma crise ética que pressiona ainda mais a proposta de novo código de conduta defendida pelo presidente da Corte, Edson Fachin.

Com informações do O Globo

 

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